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Zoológico de Brasília acolhe casal de lêmures-de-cauda-anelada

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Espécie é considerada ameaçada de extinção e depende de esforços em cativeiro para que não desapareça da natureza

Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

 

Famosos como protagonistas do filme Madagascar, os  lêmures-de-cauda-anelada dependem de esforços em cativeiro para que não desapareçam. A fim de proteger a quantidade de indivíduos dessa espécie (Lemur catta) em cativeiro para futura reintrodução na natureza, há uma colaboração entre zoológicos do mundo inteiro. Com esse objetivo, o Zoológico de Brasília acolheu, na última terça (25), um casal adulto de representantes desses animais.

Já em seus aposentos, o novo casal de moradores passará por quarentena até que possa receber visitas | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Os animais, carinhosamente apelidados de Julien e Pandora, vieram do Zoológico de Itatiba, no interior de São Paulo. O transporte foi feito por um voo comercial, e, assim que o casal aterrissou no Aeroporto Internacional de Brasília, foi recepcionado pela equipe técnica do zoo local.

“O trabalho em conjunto com outros zoológicos é muito importante para salvar a espécie, que é considerada ameaçada de extinção devido à ação do ser humano”, pontua o diretor de mamíferos do Zoológico de Brasília, Filipe Reis. Estima-se que, nos últimos 30 anos, a população de lêmures tenha perdido cerca de 90% de seus representantes na ilha de Madagascar. A espécie está na classificação “em perigo”, da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

Quarentena

Julien e Pandora são animais adultos e puderam colaborar com a espécie enquanto moradores do zoo de Itatiba, com seis filhotes gerados e nascidos em cativeiro. Pandora precisou ser castrada em Itatiba durante uma gestação de risco, mas a expectativa é que o zoo de Brasília receba outra fêmea que possa parear com Julien e que, juntos, eles sigam na missão de conservar a espécie, com mais reprodução em cativeiro.

Nos próximos dias, os animais ficarão em quarentena. “A gente vai fazer todos os exames necessários para constatar se estão bem de saúde, e vamos comparar com os exames anteriores para verificar se não houve nenhuma alteração significativa”, explica a diretora de medicina veterinária do Zoo, Betânia Borges. “Tanto no período da manhã quanto no período da tarde, há um técnico que faz a observação deles para analisarmos como está a adaptação aqui no zoo”.

Para promover qualidade de vida e bem-estar a Julien e Pandora, a equipe técnica do Zoológico de Brasília está empenhada na ambientação do casal, já que eles são endêmicos da ilha de Madagascar, ou seja, ocorrem apenas em uma região de floresta tropical.

“Estamos montando um recinto com algumas características de floresta tropical, pensando no bem-estar desses animais; então, o local vai ter bastante vegetação, e, para aumentar umidade, colocamos um sistema de chuva artificial, podendo ser utilizado de acordo com a necessidade”, detalha Filipe Reis.

Lêmure-de-cauda-anelada

Existem 19 espécies de lêmures, todas exclusivas da Ilha de Madagascar, ao leste da África. O lêmure-de-cauda-anelada é a mais comum de se encontrar em zoológicos no mundo, com aproximadamente dois mil indivíduos em cativeiro.

Os lêmures-de-cauda-anelada vivem em grupos familiares de até 30 indivíduos. Com hábitos diurnos, são predominantemente herbívoros. No Zoológico de Brasília, serão alimentados com frutos, folhas, legumes e insetos.

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