Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger
Essa, inclusive, é uma das vantagens de quem está com filhos em férias escolares e busca uma opção divertida e barata para se divertir neste mês de julho: o número de atrações ao ar livre e o contato direto com o bioma Cerrado. São seis trilhas com níveis de dificuldades diferentes – sendo uma delas com rota de acessibilidade –, área de piquenique, parquinho infantil, duas bibliotecas e um centro de excelência com mirante e vista do Cerrado.
O Jardim Botânico de Brasília tem quatro jardins temáticos: o Evolutivo, o Japonês, o de Cheiros e o de Contemplação. Há ainda um orquidário, uma unidade demonstrativa de permacultura – que funciona como uma espécie de vitrine para práticas sustentáveis –, uma coleção entomológica no Espaço Ciência com insetos variados e animais empalhados como cobras e papagaio. Além disso, na Alameda dos Estados das Nações, países parceiros criaram outros jardins com temas, ampliando o número de atrativos.
“O que torna único o Jardim Botânico de Brasília do restante do país é que por aqui os visitantes têm acesso a amostras de toda vegetação nativa, por meio das trilhas, sensibilizando-o do bioma que ele está inserido”, observa o biólogo e educador ambiental Lucas Miranda. É ele, inclusive, o responsável pelas visitas guiadas a grupos de escolas, que ocorrem de terça a sexta-feira.
Por lá há dois restaurantes, sendo possível até fazer piquenique em um deles, caso você não tenha levado seu próprio aparato. A estrutura com toalha no chão e mesa baixa custa R$ 10 e há kits com produtos variados que podem ser compartilhados ao preço médio de R$ 80. Quiosques que vendem produtos naturais e uma lojinha de artesanato e souvenires atendem os interessados em compras.
O que pode e não pode
Como toda área de preservação ambiental, há o que pode e, principalmente, o que não pode ser feito por lá. Levar animais de estimação, nem pensar. Bicicletas e brinquedos não motorizados são permitidos e comemorar pequenos eventos, como aniversários, também. Balões de qualquer espécie e tamanho são vetados, assim como ornamentos, pois podem ter restos consumidos pelas aves, causando danos à fauna. Bebidas alcoólicas não são permitidas.
E se há coisas que não podem ser levadas pra lá, há outras tantas que não podem ser levadas de lá. Galhos, mudas e plantas não podem ser retiradas da unidade de reserva, o que implicaria crime ambiental. Também é proibido o acesso às estações ecológicas por onde há 26 nascentes.
Com a câmera do celular a postos, o aposentado Paulo Afonso de Araújo, 70 anos, tira fotos dos três netos de 9, 10 e 11 anos que ele levou “de babá” ao Jardim Botânico. Morador de Fortaleza (CE), ele veio visitar o filho e decidiu levar os meninos ao espaço que ele ainda não conhecia. “Estou achando maravilhoso. É preciso que comecemos a educar desde cedo nossos filhos para a importância da preservação do meio ambiente”, diz.
Moradora da Asa Norte, a servidora pública Aline Ribeiro, 43 anos, fez o mesmo com os dois filhos pequenos e com os amiguinhos da escola e suas mães. A prática, ela garante, vem se repetindo nas férias, sempre com novidades. “Aqui é muito grande e a cada visita é a descoberta de um espaço novo. Agora mesmo os meninos estão em busca de um lobo empalhado”, conta.
A entrada para o Jardim Botânico de Brasília custa R$ 5 e só pode ser paga em dinheiro. Menores de 12 anos, pessoas com deficiência e adultos acima dos 60 estão liberados do pagamento. Para quem vai de transporte público ao parque, há diversas linhas de ônibus (confira aqui) saindo de vários pontos do Distrito Federal que param na porta. O funcionamento é de terça a domingo, das 9h às 17h, sendo permitida a entrada até as 16h30.