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Alunos do Recanto das Emas recebem o Museu Itinerante de Teatro de Bonecos

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“Abençoado e Bendizido”, do Grupo Grupo Mamulengo Fuzuê, será um dos espetáculos que serão apresentados no Recanto das Emas- foto de Davi Mello(Pareia)
Chegou a vez do Recanto das Emas receber, no Centro de Ensino Fundamental 101 (CEF- Qd 101 Lts 01 e 02), na sexta-feira, 21 de fevereiro, das 8h às11h30 e das 13h30 às 17h, as visitas guiadas da Exposição de Bonecos do Museu Itinerante de Bonecos, para os alunos de escolas públicas. Já às 14h, será apresentado o espetáculo Benedito, Abençoado e Bendizido, do Grupo Mamulengo Fuzuê. Depois, na sexta, 14 de março, o Centro de Ensino Fundamental 103 ( CEF- Qd 103, Av Vargem das Bênçãos, Lt 01 ), recebe a rica programação, que inclui a apresentação, às 10h, do espetáculo “Marieta e o Boi-Bumbá” do Grupo Trapusteros Teatro. Tudo Gratuito e livre para todos os públicos. 
O projeto já passou pelo Gama e pela Estrutural e será finalizado no Varjão. Este projeto é realizado pela Trapusteros Teatro com o Grupo Pirilampo com recursos do FAC-DF. A Secretaria de Educação do DF, o LATA – Laboratório de Teatro de Formas Animadas, do Departamento de Artes Cênicas da UnB, e a Voar Arte para a Infância e Juventude são parceiros desta iniciativa.
A proponente e idealizadora do projeto, a Profa.Izabela Brochado não esconde a satisfação com a receptividade dos alunos do Gama e da Estrutural.
“Os estudantes fizeram muitas perguntas e ficaram entusiasmados com a diversidade de bonecos da exposição, com as técnicas de manipulação e com o encanto dos espetáculos. Tudo muito gratificante para nós que trabalhamos com teatro de formas animadas”, explica Izabela, que também é bonequeira.
A idealizadora fala que o Museu Itinerante de Teatro de Bonecos, como o próprio nome indica, é um museu que se desloca por diversos lugares. Ele já passou por várias cidades brasileiras e também por alguns países como Cuba, Venezuela, Colômbia, Espanha e Portugal ele é composto por bonecos de diversos países, entre eles, China, índia, México e Portugal.
“Mas a maioria pertence ao Mamulengo, uma rica tradição de teatro de bonecos do Nordeste que, em 2015, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Iphan. Na exposição há também bonecos construídos por nós,  bonequeiros do Distrito Federal”, finaliza Izabela.
Espetáculos

Benedito, Abençoado e Bendizido – Benedito e Rosinha vivem uma história de amor e luta por trabalho e justiça. Enfrentando os desmandos do Capitão João Redondo, que tudo quer comprar e dominar com seu dinheiro e poder, Rosinha, Benedito e o Boizinho Fuzarca lançam mão de muita esperteza para fugir de perigos representados pela fantástica Cobra Anaconda. Os personagens dessa brincadeira convidam o público a um singelo e alegre passeio pelo imaginário popular brasileiro. Palhaço da Vitória, Janeiro, Cabo Zé Setenta, Vô Benza… Cada um entra em cena ao sabor do improviso e da interação com o público, guiados por canções populares executadas por músicos brincantes ou bonecos tocadores. Grupo Mamulengo Fuzuê – Mamulengo Fuzuê é brincadeira aprendida com as tradições, é palhaço na rua, é boneco na tolda, é teatro popular que celebra a arte para despertar a transformação. Com mais de 15 anos de carreira, o grupo é expoente da nova geração do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste.Iniciou sua atuação em 2007, no Ponto de Cultura Invenção Brasileira, em Taguatinga (DF), a partir da pesquisa artística do brincante de Ceilândia, Thiago Francisco. Atravessando fronteiras com a arte e as tradições populares, o Mamulengo Fuzuê segue em contínua atividade, promovendo atividades socioculturais e participando em festivais e encontros em todo o DF, em diversos estados do Brasil e em países como México e El Salvador. São sete espetáculos autorais e diversos prêmios e parcerias.

 
“Marieta e o Boi-Bumbá” –  Marieta, uma menina que vive numa fazenda com seus pais, tem um boizinho de estimação chamado Bumbá. Um dia, Bumbá foge e ela vai atrás dele, pois irá levá-lo à festa do Bumba-meu-Boi. Enquanto o procura, no caminho Marieta vai se encontrando com vários personagens do mamulengo – dois cantadores, os caboclinhos de Orubá, a cobra e o cavaleiro, que irão auxiliá-la na sua busca. Encenada com bonecos de luva e vara feitos por vários mestres bonequeiros, a peça apresenta músicas e cenas baseadas no teatro de bonecos popular do Nordeste. Grupo Trapusteros Teatro – Foi fundado em 2004, pelo bonequeiro espanhol Marcos Pena, durante sua residência artística na Fundação Titerefué (Quito, Equador), dirigida pela marionetista e dramaturga equatoriana Yolanda Navas. Com este grupo, desenvolve trabalhos solos com bonecos de luva. Em 2011, o grupo muda-se para Brasília e passa a ter no seu elenco a bonequeira, diretora e professora de teatro do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília, Izabela Brochado, com a qual faz parceria em várias atividades e projetos do Laboratório de Teatro de Formas Animadas – LATA- UnB.
Projeto Museu Itinerante de Bonecos 

Criado na universidade de Brasília UnB em 2009 como ação de extensão do Lata- Laboratório de Teatro de Formas Animadas do Departamento de Artes Cênicas e do Decanato de Assuntos Comunitários.  O acervo pertence aos professores IZabela Brochado e Kaiser Helena Ribeiro e aos grupos Trapusteros Teatro e Pirilampo de Teatro de Bonecos e Atores.

Técnicas presentes na Exposição
Luva – Possui a cabeça e as mãos feitas de material rígido, enquanto o restante do corpo é de tecido, confeccionado como uma luva.  O bonequeiro insere sua mão na estrutura, movimentando a cabeça com o dedo indicador e os braços com o polegar e o médio. É uma técnica em que o boneco é animado de baixo para cima.
Marionete – Tipo de boneco movimentado por meio de fios ou cabos conectados em uma das extremidades ao corpo do boneco e, na outra, há uma estrutura de madeira (cruzeta) ou diretamente na mão do bonequeiro. A  animação ocorre a partir dos movimentos da cruzeta ou manipulando diretamente os fios, sendo o boneco animado de cima para baixo.
 
Vara – Caracteriza-se pelo uso de varas (varetas ou varões) fixadas na estrutura do boneco. Essas varetas permitem que o manipulador mantenha uma certa distância do boneco, que geralmente é posicionado acima dele.
Balcão – Também conhecida como animação direta, nesta técnica o boneco é manipulado sobre uma mesa bancada ou balcão. Os bonequeiros permanecem à vista do público, no mesmo nível dos bonecos. A manipulação ocorre pelo contato direto com as partes do corpo do boneco ou por meio de pequenas hastes fixadas geralmente nas costas, na cabeça e nos membros superiores e inferiores.
Sombras – Consiste em manipular figuras diante de focos de luz, projetando suas sombras em uma tela ou outro aparato. As figuras de sombra chamadas de silhuetas ou bonecos de sombra, podem ser bidimensionais ou tridimensionais, articuláveis ou não.
Teatro de Bonecos 
É uma das formas mais antigas de expressão artística e está presente em praticamente todas as culturas ao redor do mundo. Registros indicam que essa arte remonta há milhares de anos, sendo encontrada em civilizações como as pré-colombianas, a egípcia e a grega. Na Ásia, o teatro de bonecos é uma tradição muito importante com documentos que atestam sua existência há mais de dois mil anos, como as marionetes de fio na China e o teatro de sombras na Índia. No Brasil, há indícios de sua presença entre os grupos indígenas, habitantes originários do nosso território. Com a chegada de europeus e africanos, o teatro de boneco se diversificou originando tradições como o Mamulengo, o Babau, o João Redondo e o Cassimiro Coco que, em 2015, foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O teatro de bonecos é uma ferramenta importante tanto para o entretenimento de crianças e adultos quanto para discussões político-sociais, devido à sua capacidade de criticar e satirizar,de forma lúdica e acessível. Os grupos de teatro de bonecos podem ser compostos por um ou mais bonequeiros, nome dado aos profissionais que trabalham com essa arte.

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