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Uso excessivo de telas na infância vira “chupeta digital” e pode causar prejuízos emocionais

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Foto divulgação: Pri Montes / Educadora Parental
 
Educadora parental alerta os riscos do uso de dispositivos como escape emocional e dá dicas para pais evitarem o ciclo vicioso
O uso excessivo de telas como forma de acalmar crianças, prática conhecida como “chupeta digital”, tem causado preocupação entre especialistas. Um estudo recente da Associação Americana de Psicologia, publicado no Psychological Bulletin, analisou dados de mais de 300 mil crianças de 0 a 5 anos e concluiu que o uso de dispositivos eletrônicos como calmante pode intensificar a irritabilidade, a baixa tolerância à frustração e a dificuldade de autorregulação infantil.
“Quando usamos a tela para controlar as emoções da criança, estamos perdendo uma oportunidade de conexão e aprendizado emocional”, afirma Priscilla Montes, educadora parental e especialista em educação positiva.
A pesquisa mostra que o uso das telas para conter crises cria um ciclo vicioso: quanto mais usadas, mais frequentes e intensas ficam as crises, dificultando interromper o padrão. Segundo Priscilla, o problema não está apenas no tempo em frente às telas, mas no papel que elas assumem na rotina familiar. “Crianças precisam ser vistas, ouvidas e acolhidas, não distraídas”, destaca.
No Brasil, o cenário também exige atenção. Dados da ONU e da União Internacional de Telecomunicações (ITU) mostram que o país tem uso quase universal de internet entre menores de 15 anos. Em resposta, o governo federal lançou em março de 2025 o Guia de Uso Consciente de Telas, que recomenda limites claros conforme a faixa etária, priorizando o equilíbrio entre o digital e experiências essenciais ao desenvolvimento.
A educadora parental orienta que os pais estabeleçam rotinas com momentos sem telas, incentivem brincadeiras criativas, pratiquem a presença ativa e acolhedora e supervisionem o uso dos dispositivos. Para ajudar as famílias, ela sugere estratégias para reduzir o tempo de telas e fortalecer o vínculo:
-Estabeleça rotinas sem telas, com leitura, brincadeiras ao ar livre e conversas em família.
-Seja exemplo, reduzindo seu próprio uso de dispositivos.
-Ofereça brinquedos que estimulem criatividade e autonomia, como massinha, desenho e quebra-cabeças.
-Prefira presença ativa e acolhedora em crises, com abraços e palavras que ajudem a criança a nomear suas emoções.
-Use telas com propósito e supervisão, escolhendo conteúdos educativos e promovendo diálogo.
-Crie espaços sem tecnologia em casa, como a mesa de jantar e os quartos, para favorecer a interação e o sono.
“O desafio é equilibrar as demandas modernas com o que é essencial para uma infância saudável. A tecnologia entretém, mas quem educa somos nós”, conclui Priscilla Montes.

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