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Atividades culturais reduzem estresse e humanizam ambiente escolar
Por Clarice Gulyas

Na tentativa de reduzir os impactos do estresse e da desmotivação nos estudos, escolas investem na arte para estimular o aprendizado e a criatividade dos alunos. Orientadores educacionais e psicólogos afirmam que dinâmicas em grupo e atividades culturais melhoram a autoestima e humanizam o ambiente escolar.

Esse é o caso do jovem Leonardo Soares, 14 anos. Aluno do 9º ano do Ensino Fundamental do Centro Educacional Leonardo da Vinci, ele resolveu investir na música para melhorar o desempenho em sala de aula. Autodidata, ele tocou as primeiras notas de violão com o apoio de vídeos do Youtube e pesquisas na internet. Na escola, teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a história da música e conhecer os aspectos teóricos da nova paixão.

“Acho muito interessante ter aulas de música na escola. Além de acalmar, traz boas sensações. Eu adoro. Agora que entrei para uma escola de música quero aprofundar o que aprendo no colégio e aprender técnicas de som”, diz.

O incentivo e a persistência valeram a pena. Hoje, ele já ensaia os acordes do sucesso “Pra Você”, da cantora sertaneja Paula Fernandes. Para Leonardo, o estudo da arte como um todo influencia no modo em que leva a vida. E quando está aborrecido ou sozinho, é o violão quem comanda a situação. “Esse é um estudo que você leva para a vida toda. Quando estou triste ou sozinho pego meu violão e toco. Às vezes com a pressão do colégio e das provas, somente a música me deixa calmo”, desabafa.

A partir da conciliação dos estudos no ensino regular com as aulas de música, Leonardo planeja se apresentar em um dos projetos culturais de sua escola, de forma a integrar com outros alunos e compartilhar experiências. “Eu costumo ir nesses encontros para ver as apresentações, mas quero melhorar o meu máximo antes de me apresentar. E se no futuro eu ficar muito bom, eu entraria para uma banda por prestígio”, diz.

A psicóloga Ellen Dejanni explica que aulas de dança, música e teatro contribuem para despertar a autoconfiança dos alunos, além de proporcionar um ambiente escolar sadio por meio da socialização. Segundo ela, este tipo de interação previne comportamentos ansiosos, depressivos e agressivos como o bullying.

“Nas atividades lúdicas, o que importa não é apenas a atividade em si, mas os momentos de percepção, de conhecimentos, da afetividade para saber lidar com seus sentimentos e o sentimento do outro, noções de limites, regras, das paixões, espírito de liderança e equipe, companheirismo, das emoções, ou seja, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias”, diz.

A orientadora educacional, Sandra Couto, avalia que a distração do aluno em momentos de lazer e o descanso longe dos livros são essenciais para um estudo eficaz. Além das atividades culturais, o aluno também deve ser motivado por palestras, torneio de esportes, feiras culturais, celebração de datas comemorativas, e oficinas de jogos e literatura.

“Isto aliado a uma boa alimentação e uma boa noite de sono faz com que eles se sintam mais bem preparados psicologicamente e fisicamente para enfrentar o período de provas na escola, o que irá refletir positivamente nos resultados”, diz.

Com espetáculo criativo e diversificado, o grupo performático Laugi, sucesso no Distrito Federal, promete animar cerca de 3 mil jovens do Centro Educacional Leonardo da Vinci em encontro no próximo sábado (6). O objetivo do grupo é influenciar o aprendizado de crianças e adolescentes por meio da música, da dança e da interpretação, com uma proposta musical diferenciada, que vai do soul-funk à MPB, do Axé ao Rock’n Roll.

A psicóloga alerta que haja uma programação saudável para que o excesso de atividades não prejudique os momentos de lazer. “Essas atividades são essenciais para o crescimento e formação de um ser humano, porém não quando em excesso. O exagero ocasiona cansaços fisico e mental que podem gerar o estresse e até mesmo a depressão”, reforça Ellen.
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