“Se Deus está comigo, ninguém pode estar contra mim. Eu abalei o mundo! Eu conheço Deus. Eu conheço o verdadeiro Deus.” Essa foi a declaração do lutador de boxe norte-americano Cassius Clay, aos 22 anos, quando conquistou o título de peso pesado em fevereiro de 1964. No entanto, um verdadeiro abalo seria causado na imprensa nos dias seguintes à vitória. O jovem pugilista anunciou que havia se convertido ao Islã e, em uma coletiva em 6 de março, informou que havia adotado um novo nome: Muhammad Ali.
Antes mesmo de entrar no ringue para disputar o título de peso pesado contra Sonny Liston, o pugilista já tinha a nova religião, mas não falou nada por medo de ser impedido de lutar. Só revelou a conversão dias depois e passou a ser chamado de Cassius X pela imprensa.
Em entrevista à NBC, o lutador explicou a mudança de nome: “Clay era o nome de um homem branco. Era um nome de escravo. Eu não sou mais Clay. Não sou mais escravo. Então, agora sou Muhammad Ali.”
O processo de conversão ao Islã começou três anos antes. Em segredo, o lutador participou de reuniões com o Honorável Elijah Muhammad e Malcolm X.
Muhammad Ali encontrou resistência da imprensa e dos adversários que o chamavam pelo nome de registro. O boxeador insistiu que se referissem a ele por sua nova identidade.
Mais de duas décadas depois, declarou em sua biografia que se tivesse mudado o nome de Cassius Clay para um outro nome mais americano, ninguém teria reclamado. E, disse ainda, que ficou honrado por Elijah Muhammad ter dado a ele um nome verdadeiramente lindo. Que “’Muhammad’ significa alguém digno de louvor. E ‘Ali’ era o nome de um grande general”.
História Hoje é um quadro da Rádio Nacional publicado de segunda a sexta-feira na Radioagência Nacional. Ele rememora acontecimentos marcantes e curiosidades de cada dia do ano. Acesse todos os episódios aqui.
História Hoje
Redação: Beatriz Evaristo
Sonoplastia: Jailton Sodré
Apresentação: Oussama El Ghaouri
Publicação web: Patrícia Serrão
Fonte: Agência Brasil