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Terceiro dia de greve dos professores repercute na Câmara Legislativa

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A sessão ordinária da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (4) foi marcada pela repercussão da greve dos professores da rede pública de ensino do Distrito Federal, que entrou hoje no seu terceiro dia. Com a galeria tomada pelos grevistas, vários deputados distritais discursaram na tribuna a favor e contra o movimento dos educadores. 

O presidente da Câmara Legislativa, deputado Wellington Luiz (MDB), relatou ter realizado reunião com desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal em busca de uma solução. “Fizemos uma reunião no TJDFT para buscar uma intermediação do judiciário. O direito do movimento grevista é legítimo e tem que ser respeitado”, afirmou. A reunião veio após o governador Ibaneis Rocha ter pedido à justiça o corte de ponto dos grevistas e a aplicação de multa diária ao Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). 
 

O deputado Chico Vigilante (PT), que também participou da reunião, pediu ao governo que negocie com os trabalhadores. “Os trabalhadores fazem greve quando falta diálogo, falta proposta, falta alguém para ouvi-los. Espero que o GDF não rejeite a proposta de intermediação feita pelo TJDFT”, disse. A deputada Paula Belmonte (Cidadania) também se posicionou a favor dos educadores. “É muito importante dar estrutura salarial e de trabalho aos professores”, afirmou a deputada da tribuna. 

Professor de carreira, o deputado João Cardoso (Avante) pediu ao governo que abra o diálogo com a categoria e chamou a atenção para os prejuízos que uma greve nas escolas acarreta. “A greve mexe com todo o Distrito Federal. Quantos alunos estão na vulnerabilidade hoje no DF? Os casos de violência doméstica e abusos aumentam. Mães solo param de trabalhar. Muitos alunos vão para a escola por conta do alimento também. É preciso abrir rapidamente o diálogo. Toda a população do DF está perdendo”, observou. 
 

Divergências

 

 

Por sua vez, o deputado Thiago Manzoni (PL) acusou o movimento de estar sendo contaminado por partidos de esquerda. “Esse movimento não representa os professores, só representa a política partidária da esquerda. Esses professores que estão aqui trabalham contra a família. Enquanto a família ensina o cristianismo, eles ensinam a cristofobia”, disse. Diante da reação negativa dos presentes, o deputado voltou ao microfone. “Os professores de maneira geral podem contar sempre com o meu apoio, eu jamais me colocaria contra os professores. Mas não posso concordar com a atitude político-partidária do sindicato”, completou Manzoni.  

A fala do deputado gerou reações dos colegas da oposição. “O parlamentar subiu à tribuna como provocador, atacando educadores e educadoras. Há professores de esquerda e professores de direita. A questão não é essa. Ele deveria na verdade olhar para o contracheque dos professores e se posicionar”, criticou Fábio Félix (PSOL). Dayse Amarilio (PSB) também rebateu o discurso de Manzoni. “Quem fala isso de professor não sabe o que um professor faz. É muito difícil ser professor na rede, eles fazem muito com quase nada”, afirmou. Max Maciel (PSOL) ressaltou que os professores não são remunerados para estar nas escolas aos sábados nem para corrigir provas fora do horário de trabalho. “São esses profissionais que estão lutando por seus direitos e eles merecem o nosso respeito”, disse. 
 

 

O deputado Gabriel Magno (PT) também criticou a fala do colega e apresentou a defasagem no contracheque dos professores. “A escola é o local de proteção de crianças e adolescentes. O problema é que hoje o professor tem que ser enfermeiro, psicólogo, assistente social, tudo isso porque o estado está ausente. O Plano Distrital de Educação, que é uma lei, diz que a remuneração inicial dos professores está defasada em R$ 5678,59. Isso significa que teria que ter um reajuste de 95% no piso salarial. Sabe quanto os professores estão pedindo? Estão pedindo 19,8%. Isso não é abusivo nem ilegal”, argumentou. 

Fonte: Agência CLDF

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