O dia do médico, celebrado em 18 de outubro, foi comemorado nesta sexta-feira (31) em sessão solene realizada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. A iniciativa da homenagem partiu do deputado Jorge Vianna (PSD), que enalteceu a importância da categoria para a sociedade. “É preciso reconhecer o valor inestimável da medicina e de seus profissionais, que, com muito estudo e dedicação, transformam a ciência em cuidado e a técnica em empatia. A medicina é a arte de compreender o corpo e a mente, de reconhecer a dor e buscar o alívio, de traduzir o conhecimento em esperança”, ressaltou.
O deputado também destacou as dificuldades enfrentadas pelos médicos no exercício da profissão. “Ser médico no Brasil não é fácil. Enfrentam problemas como a carga horária exaustiva, a pressão por resultados em condições muitas vezes precárias, a saturação do mercado de trabalho em grandes centros urbanos que provoca a desvalorização profissional. No setor público, a luta é contra a precariedade estrutural. Hospitais e postos de saúde que carecem de equipamentos básicos e insumos, além da remuneração que se mostra menos competitiva do que a relevância da profissão. O nosso papel consiste em atuar para criar políticas que fortaleçam tanto o setor privado quanto o público. Reafirmo meu compromisso de trabalhar incansavelmente pela saúde em meu mandato”, afirmou Jorge Vianna.
A médica nefrologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB) Flávia Barcelos destacou a vocação do médico e a importância do Sistema Único de Saúde. “Ser médico é uma missão que a gente aceita, desde o vestibular até os anos de faculdade e o ingresso no mercado de trabalho. É um exercício de carinho e amor ao próximo. Estamos expostos a situações de risco, seja ele biológico ou físico. Sabemos que o SUS tem muitas dificuldades, mas é um avanço para nossa população. No Hospital Universitário não só tratamos os pacientes, mas formamos grandes profissionais”, observou.
Para a gerente da Central de Regulação de Urgências do SAMU, Luiza Marilak Bernardes Ferreira, é preciso reforçar a importância dos médicos em um contexto de avanço da tecnologia da informação. “Existe uma certa desvalorização hoje da classe médica, talvez devido às novas formas tecnológicas de diagnóstico. Mas nada substitui o olhar do médico. Nossa função é não só curar, mas aliviar o sofrimento. Os médicos do SAMU são guerreiros nas urgências do dia a dia no Distrito Federal”, destacou Luiza Marilak.
O diretor de comunicação da Associação Médica de Brasília, Paulo Henrique Ramos Feitosa, pediu a valorização dos médicos da Secretaria de Saúde. “Trabalhamos muito e ultimamente temos tido pouco reconhecimento. Nós somos a única classe na Secretaria de Saúde que não teve reajuste. Não é incomum o médico e a médica se esforçarem muito para serem bons esposos, boas esposas, bons pais, mas é muito difícil. É um fardo pesado, mas que a gente carrega com muito amor e dedicação”, disse.

Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética, criticou a baixa remuneração dos médicos residentes. “Um residente médico hoje ganha R$ 4.106. São R$ 15,84 por hora. Ele pode atender um esfaqueado, um baleado, uma parturiente. A minha diarista ganha duas vezes mais por hora do que o médico residente. Estamos falando de um residente que trabalha 60 horas por semana e ainda faz plantões para poder pagar o aluguel. Precisamos voltar nossos olhares para esse problema”, conclamou aos colegas presentes na solenidade.
Por fim, representando a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a coordenadora de atenção especializada à saúde, Julliana Tenório Macêdo de Albuquerque Costa, resumiu a essência da profissão. “Ser médico é compreender que por trás de cada prontuário há uma história, medos, uma família que espera. A medicina é uma arte exercida no silêncio da madrugada, ao lado dos leitos, em gestos que muitas vezes passam despercebidos. Cada vida salva, cada dor amenizada, cada gratidão nos lembra que valeu a pena escolher esta profissão. Ser médico é estar a serviço da vida, é manter a chama acesa da profissão, mesmo quando o cansaço nos motiva a apagar. Ser médico é mais do que uma profissão, é um chamado da alma”, definiu.
Ao final da sessão solene, foram entregues moções de louvor a médicos de destaque.
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Fonte: Agência CLDF

