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Escola pública de Brasília recebe criadores da Aprendizagem Criativa

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Professor Mitchel Resnick e pesquisador Léo Burd conheceram o trabalho do CEF 102 da Asa Norte

Por Bruno Grossi, Ascom/SEEDF

 

 

O Centro de Ensino Fundamental (CEF) 102 da Asa Norte recebeu, na última quinta-feira (30), uma visita especial: o professor Mitchel Resnick e o pesquisador Léo Burd, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Referências internacionais em inovação educacional e criadores do conceito de Aprendizagem Criativa, eles conheceram de perto os projetos pedagógicos da escola, reconhecida como um dos maiores exemplos de transformação educacional no Distrito Federal.

 

Os pesquisadores participaram da 5ª Conferência Brasileira de Aprendizagem Criativa, cuja abertura ocorreu no Centro SESI de Formação em Educação, no Setor Bancário Norte, com a palestra magna do evento: “Por que precisamos, mais do que nunca, de aprendizes criativos, curiosos, conscientes e colaborativos?”.

 

Presente no evento, a diretora do CEF 102 Norte, Viviane Lima, convidou os cientistas a visitarem a escola, que se inspira diretamente nos quatro princípios da Aprendizagem Criativa: projetos, paixão, pares e pensar brincando, iniciativas que orientam a construção de experiências significativas no âmbito escolar.

 

“Buscamos criar oportunidades em que os estudantes desenvolvam algo que faça sentido para eles, trabalhem em colaboração com os colegas e aprendam de forma divertida e experimental. Quando o aluno se envolve com um projeto que desperta sua paixão, o aprendizado torna-se mais profundo e prazeroso”, afirmou Viviane.

 

 

Durante a visita ao CEF 102 Norte, Resnick destacou a importância de conhecer experiências inovadoras e de fortalecer laços entre escolas e universidades em torno de um mesmo propósito educativo. “Foi inspirador visitar a escola, conhecer a diretora e ver de perto o trabalho que estão desenvolvendo”, declarou.

 

Para o professor, o desenvolvimento da criatividade nas escolas é essencial diante das transformações aceleradas do mundo contemporâneo. “Para que desenvolvam sua criatividade, precisamos dar às crianças oportunidades reais para criar, seja escrevendo, contando histórias animadas no computador ou explorando outras formas de expressão”, afirmou.

 

Resnick também é o criador do Scratch, linguagem de programação visual e comunidade online que permite que jovens de todo o mundo criem suas próprias histórias interativas, jogos e animações. Ele defende que a Aprendizagem Criativa, baseada no jardim de infância tradicional, deve ser estendida para todas as idades em um processo contínuo de imaginar, criar, brincar, compartilhar e refletir.

 

 

Referência em inovação

 

Durante a visita ao CEF 102 Norte, Resnick e Burd conheceram o Projeto #102Inova, criado em 2021 pela diretora Viviane Lima. A iniciativa busca resgatar o interesse dos estudantes pela aprendizagem e promover a transformação dos espaços escolares, das práticas pedagógicas e das relações humanas.

 

Para o pesquisador Léo Burd, a Aprendizagem Criativa nasce de projetos conectados à realidade dos estudantes e das comunidades. “Se queremos formar jovens preparados para o trabalho, para a democracia e para a vida, precisamos de uma educação diferente, uma que valorize projetos com sentido, colaboração e liberdade para explorar ideias de forma crítica e criativa”, afirmou.

 

A inovação não depende de grandes recursos, mas de propósito e engajamento. 

Léo Burd, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts

 

Burd elogiou o trabalho desenvolvido na escola, ressaltando que a inovação não depende de grandes recursos, mas de propósito e engajamento. “É muito inspirador ver o que está sendo feito aqui com os recursos que a escola tem. No sorriso das crianças, na forma como os professores interagem e no clima da escola, a gente percebe o impacto dessa transformação”.

 

 

Ambiente humanizado

 

Para a estudante do 9º ano, Ana Clara Costa, 15 anos, estudar em uma escola que aposta em projetos de aprendizagem mudou completamente a forma como ela vê a educação. Acostumada a um modelo tradicional em que os alunos permaneciam o tempo todo em sala de aula, ela diz ter redescoberto o prazer de aprender ao participar das atividades.

 

Na escola antiga, era tudo muito parado, a gente só copiava do quadro e esperava o tempo passar. Aqui é diferente. As aulas têm jogos, experimentos, o professor leva a gente para o laboratório, e isso torna o aprendizado muito mais divertido. Até matemática fica interessante”, contou.

 

Ana Clara destacou ainda que o modelo de salas temáticas e ambientes de aprendizagem contribui para o dinamismo do dia a dia escolar. “Quando a gente muda de ambiente, parece que o cérebro desperta. É como se dissesse: ‘agora é hora de geografia, agora é de ciências’. Eu amo essa escola! Quero que outras pessoas conheçam e vivam essa experiência, que marca a gente para sempre”, afirmou.

 

O projeto da escola apoia-se em três eixos principais: reorganização dos espaços físicos, tornando-os mais acolhedores; inovação das práticas pedagógicas, com metodologias ativas e projetos integradores; e valorização das relações humanas, fomentando o respeito e o protagonismo. “Queremos que o aluno sinta vontade de aprender e participar. A inovação aqui não está apenas na tecnologia, mas na forma como repensamos as relações”, destacou a diretora.

 

 

Gincana gamificada

 

Entre as ações já realizadas, a escola promove uma gincana gamificada inspirada na saga Harry Potter, em que os estudantes são divididos em quatro “casas” que acumulam pontos ao longo do ano, estimulando a participação em atividades esportivas e acadêmicas.

 

A escola também se destaca como a primeira da rede pública do DF a adotar a plataforma educacional da Apple, com 30 iPads e parceria com uma consultoria educacional especializada. “Temos dois laboratórios móveis com equipamentos e aplicativos educacionais que podem ser reservados pelos professores, o que amplia muito as possibilidades de aula”, explicou Viviane.

 

Para 2025, o CEF 102 Norte prepara-se para inaugurar um laboratório maker com canetas e impressoras 3D, somando-se aos já existentes laboratórios de informática e ciências naturais. A professora de informática, Janaína Rosa Corsino, contou que a novidade tem despertado grande entusiasmo entre os estudantes.

 

Segundo ela, a ideia começou a ser estruturada neste ano, em parceria com o Projeto Mais Ciência, da Universidade de Brasília (UnB), e já tem rendido atividades criativas. “Os alunos estão empolgados. Produziram maquetes de como gostariam que o laboratório fosse, com cortadoras a laser e outros equipamentos”, relatou.

 

Para Janaína, o aprendizado por projetos está transformando a forma como os alunos se envolvem com o conhecimento e com o trabalho em equipe. O laboratório, segundo ela, será um espaço para desenvolver a autonomia e o pensamento criativo. “Os meninos poderão explorar a criatividade, colaborar uns com os outros e compartilhar ideias”, destacou a professora.

 

Fonte: Secretaria de Estado de Educação do DF

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