O sistema educacional do Distrito Federal evoluiu junto com o crescimento de Brasília
Por Giordano Bazzo, Ascom/SEEDF
Antes mesmo da inauguração de Brasília, o sistema educacional da cidade já começava a ser formado e, desde então, diversas transformações aconteceram. Hoje, 65 anos depois da inauguração da Capital Federal, a rede de ensino pública do DF segue crescendo e acompanha a evolução de Brasília. Com 14 Regionais de Ensino, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) celebra a pluralidade e o crescimento da rede.
Antes mesmo da transferência para o Planalto Central em 1960, já existiam escolas em cidades que seriam incorporadas ao DF, como Planaltina e Brazlândia, formando assim a base inicial do que viria a ser uma estrutura educacional completa.
A partir daí, esse sistema começou a se formar de maneira mais organizada em 1956, com a criação do Departamento de Educação e Difusão Cultural dentro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). No ano seguinte, Anísio Teixeira, visionário da educação brasileira, desenvolveu um plano abrangente para o sistema escolar público de Brasília, que foi prontamente aprovado e encaminhado à Novacap para implementação.
Dando continuidade a esse processo de estruturação, em 1959, o Decreto nº 47.472 instituiu a Comissão de Administração do Sistema Educacional de Brasília (Caseb), que assumiu provisoriamente a administração educacional. Com o objetivo de superar os desafios identificados, especialmente na implementação do ensino médio, a Caseb realizou um concurso nacional paraa seleção de professores, conseguindo atrair 59 educadores qualificados de várias partes do país. Como resultado desse esforço, foi inaugurado o Centro de Ensino Médio (CEM) Caseb em 16 de abril de 1960.
Pouco tempo depois, a Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF) foi criada em 17 de junho de 1960 pelo Decreto nº 48.297 e oficialmente instalada em 29 de setembro do mesmo ano. Inicialmente, a FEDF esteve vinculada à Superintendência Geral de Educação e Cultura, porém, devido a reformas administrativas necessárias, passou para a supervisão da Secretaria de Educação e Cultura (SEC) em dezembro de 1964.
Maria Lúcia Pereira, 72 anos, professora aposentada da SEEDF, recorda com nostalgia esse período formativo. “Comecei a dar aulas em 1974, quando a Fundação Educacional do Distrito Federal estava em pleno funcionamento. Era uma época de pioneirismo, tínhamos poucos recursos, mas muito entusiasmo. Os concursos para professor tinham uma seleção rigorosa, com candidatos de todo o Brasil.”
Transformações
Com o crescimento da capital e a evolução das necessidades educacionais, em 1986, a SEC foi estrategicamente desmembrada, o que levou à criação da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) como entidade independente. Posteriormente, como parte de uma reforma administrativa mais ampla, a extinção da FEDF foi autorizada em 1999 pela Lei nº 2.294, com todas as suas competências e atribuições sendo transferidas para a SEEDF no ano 2000.
Renata Teixeira de Lima carrega consigo mais de três décadas de história da educação pública do Distrito Federal. O percurso profissional da servidora dentro da Secretaria de Educação começou em 1991, ainda na juventude, quando aos 17 anos ingressou no sistema educacional.

“Formei-me no magistério pela Escola Normal de Taguatinga e, mal terminei o curso em dezembro, já me inscrevi no concurso público“, relembra. A determinação da jovem logo traduziu-se em aprovação, embora sua nomeação só viesse a acontecer em maio de 1993, quando assumiu seu primeiro cargo na Fundação Educacional do Distrito Federal (FEDF), lotada na Regional de Ensino da Ceilândia, onde permaneceria por 13 anos.
A trajetória de Renata testemunha transformações fundamentais na estrutura administrativa da educação local. “A transição da FEDF para a Secretaria de Educação representou mais do que uma simples mudança de nome”, analisa. “Passamos de um modelo extremamente centralizado e burocrático para uma estrutura mais ágil e contemporânea, capaz de responder com maior flexibilidade aos desafios educacionais.”
Finalmente, encerrando um capítulo importante na história educacional de Brasília, a extinção definitiva da FEDF ocorreu em 7 de julho de 2003, por meio do Decreto nº 23.877, consolidando assim a SEEDF como gestora única do sistema educacional do Distrito Federal, estrutura que permanece até os dias atuais.