Desde 1961, a Secretaria de Educação vem integrando escolas e formando gerações de atletas
Por Giordano Bazzo e Catharina Braga*, Ascom/SEEDF
Com a 65ª edição dos Jogos Escolares do Distrito Federal (JEDF) em andamento, a Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF) celebra um dos eventos esportivos mais tradicionais da capital. Criado em 1961, o JEDF acompanha a história da cidade desde seus primeiros anos, com destaque para a sua contribuição à formação esportiva de estudantes, à promoção da cidadania e à revelação de talentos que chegaram às Olimpíadas e a competições internacionais.
As primeiras competições, ainda sob o nome de Jogos Colegiais de Brasília, foram realizadas em 1961, organizadas pela Divisão de Esporte e Recreação da Prefeitura do DF durante a Semana da Pátria, período dedicado à independência do país (7 de setembro). O evento reuniu 400 estudantes de instituições como o Centro de Ensino Fundamental (CEF) Caseb, o Centro de Ensino Médio (CEM) Elefante Branco, o Colégio Dom Bosco, o Ginásio de Brasília, o Colégio Nossa Senhora do Rosário e o Ginásio Poliesportivo Serejinho.
A cerimônia de abertura ocorreu no CEM Elefante Branco, na Asa Sul, com o desfile das delegações escolares ao som da banda do Batalhão da Guarda Presidencial. Modalidades como futebol, basquete, futsal, atletismo, tênis de mesa, judô, voleibol e ginástica movimentaram os jovens atletas, além de atividades culturais, como apresentações de ginástica e judô.
“São 65 edições, uma oportunidade única para estudantes e atletas em diferentes níveis de aprendizado. É um evento para ser muito comemorado, especialmente no âmbito da educação. Eu mesmo participei dos Jogos Escolares no judô e basquete, há muitos anos, e tenho orgulho de ter feito parte disso no próprio CIEF, onde hoje atuo como diretor“, destaca o diretor do Centro Integrado de Educação Física (CIEF), Guilherme Rohlfs.
Sob a coordenação do professor Hélio Macedo, com o apoio de Carlos Morrison e Maria Cecília Lopes, e a arbitragem de Hermógenes e Alberto Pelicari, as competições foram encerradas em 12 de setembro daquele ano, com ampla cobertura do Correio Braziliense e da TV Brasília.
Evolução e consolidação

Com o sucesso da primeira edição, os jogos passaram a incluir mais escolas e modalidades. Em 1962, passaram a chamar-se “Jogos Ginásio Colegiais”, nome oficializado em 1966 (Portaria nº 61/1966). Em 1972, foram renomeados como “Jogos Estudantis do Distrito Federal” (Portaria nº 28/1972) e, em 1978, receberam a atual denominação: Jogos Escolares do Distrito Federal (Portaria nº 74/1979).
Durante as décadas de 1980 e 1990, o evento revelou talentos que marcaram a história do esporte brasileiro, como Joaquim Cruz (ouro nos 800 metros rasos nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles), Oscar Schmidt (ícone do basquete mundial) e João José Vianna, o Pipoka, que representou o basquete do Brasil em três Olimpíadas.
Esses nomes reforçam a importância do evento como celeiro de atletas e elo entre Brasília e competições de nível nacional e internacional. Isso porque os JEDF têm caráter classificatório para os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), organizados pela Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), e para os Jogos da Juventude, promovidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Modernização e cobertura midiática

Quem participou da trajetória de sucesso da competição foi o jornalista e professor da SEEDF Luiz Eduardo Siqueira, que teve a honra de acompanhar a trajetória de atletas como Caio Bonfim, medalhista de prata na marcha atlética, no Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, e Guilherme Schmidt, judoca da seleção brasileira.
Luiz Eduardo também registrou mudanças estruturais importantes nos jogos: a separação da categoria sub-15, que passou a ser de responsabilidade da CBDE; o corte de algumas modalidades para adequação ao sistema do COB; entre outras.
“Antes, a gente fazia primeiro a etapa regional, depois a distrital, e a escola vencedora representava o DF no brasileiro. Agora, as equipes coletivas já não são mais formadas por uma escola, mas por uma seleção — um treinador escolhe os melhores atletas daquele campeonato para compor o time”, explica.
Desafios da pandemia e reinvenção
Em 2020 e 2021, os jogos foram suspensos devido à pandemia de covid-19. Para manter o espírito esportivo entre os estudantes, a Secretaria de Educação organizou uma edição online, com transmissão pelo YouTube.
“A programação incluía aulas, entrevistas e competições como xadrez e jogos eletrônicos. Às quartas, havia o quadro Ginástica nas Quadras e, às sextas, entrevistas com atletas, professores e especialistas em educação física”, relembra Luiz Eduardo.
Atualmente, os JEDF seguem como um pilar da educação e do esporte, promovendo valores como disciplina, trabalho em equipe e superação, além de continuar a ser um espaço de descoberta de novos talentos que representam Brasília em competições nacionais e internacionais.
*Estagiária sob a supervisão de Andressa Rios