Cólicas menstruais de forte intensidade, dores durante a relação sexual e dificuldade para engravidar. Esses são alguns dos sintomas da endometriose. Nesta terça-feira (7), Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, especialistas alertam sobre a importância do diagnóstico precoce.
“Quando há suspeita de que a mulher possui endometriose, devem ser realizados exames específicos como ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética para detecção e estadiamento da doença”
Fabyanne Mazutti, ginecologista da Secretaria de Saúde
Segundo o Ministério da Saúde, uma em cada dez mulheres no Brasil sofre com os sintomas da doença. No mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição afeta cerca de 176 milhões de mulheres, sendo mais de 7 milhões no País.
A endometriose é uma doença inflamatória caracterizada pelo crescimento do endométrio fora do útero em regiões da cavidade abdominal, como os ovários, bexiga e intestino. Não há uma causa definida para a condição, como explica a ginecologista da Secretaria de Saúde (SES-DF) Fabyanne Mazutti. “Quando há suspeita de que a mulher possui endometriose, devem ser realizados exames específicos como ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética para detecção e estadiamento da doença”, detalha.
Os tratamentos, segundo a especialista, variam caso a caso, com indicações desde medicamentos até cirurgia, sempre com acompanhamento. Em casos moderados a graves, pode ser necessário operação que remove lesões de endometriose. Naqueles mais graves, é possível ainda que haja a retirada de partes dos órgãos como ovários, tubas ou porções do intestino.
Informação é peça-chave
O Dia Internacional da Luta contra a Endometriose conscientiza e incentiva o diagnóstico precoce. Por ser uma enfermidade crônica e incapacitante, a endometriose pode causar grande impacto na vida da mulher, desde ausência no trabalho até dificuldade para engravidar e quadros de depressão devido à dor. “Quanto antes for realizado o tratamento, melhores são os resultados de controle de sintomas, evitando a progressão da doença para quadros de maior gravidade. Além de proporcionar mais qualidade de vida às mulheres afetadas”, explica Mazutti.
Segundo dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), em 2023, foram realizados no DF mais de 1,1 mil procedimentos relacionados à endometriose, envolvendo atendimentos, exames e tratamentos. Em 2022, o número era de 645.
Tipos e sintomas
A endometriose se apresenta em três tipos: a superficial, chamada endometriose peritoneal, que compromete o tecido que reveste a cavidade abdominal, o peritônio. Já a endometriose ovariana aparece na forma de cistos no ovário, os endometriomas. E, por último, a endometriose infiltrativa profunda que invade ligamentos, bexiga e intestino.
Os principais sintomas são dor em forma de cólica durante o período menstrual incapacitantes, dor durante as relações sexuais, dor e sangramento ao urinar e evacuar – especialmente durante a menstruação -, fadiga, diarreia e dificuldade de engravidar.
O que fazer?
Em caso de suspeita da doença, é preciso buscar atendimento nas unidades básicas de saúde (UBS). Nelas, são prestados os primeiros cuidados e, quando necessário, realizam encaminhamentos à Atenção Secundária e Terciária de cada região, onde os pacientes são atendidos nos ambulatórios de dor pélvica crônica (DPC) e endometriose.
*Com informações da SES-DF
Fonte: Agência Brasília