26.5 C
Brasília
- PUBLICIDADE -
InícioBrasilJogos on-line: Endividamentos de jovens chama a atenção para a importância da...

Jogos on-line: Endividamentos de jovens chama a atenção para a importância da educação financeira nas escolas

Publicado em

O assunto é tema de diversos projetos de lei no Senado e já é realidade em escolas do Paraná


De olho no endividamento precoce de jovens diante da explosão dos cassinos on-line em plataformas digitais como a do Tigrinho, o Brasil pode tornar obrigatório o tema Educação Financeira nas escolas. A pedagoga e professora de matemática Rafaella Chamulera Wisnievski comenta a experiência em escolas do Paraná e explica as vantagens da inclusão do tema nos estabelecimentos de ensino. Pais e responsáveis também podem ajudar a prevenir endividamentos e outros problemas relacionados a má administração do dinheiro.

Na avaliação de Rafaella Chamulera Wisnievsk, que leciona o tema na rede pública de educação do Paraná, grande parte da população brasileira não sabe administrar o dinheiro e, desta forma, acaba se endividando muito cedo, seja com a utilização de cartão de crédito, financiamentos ou despesas não programadas que estão fora do orçamento.

“Em geral, a população não tem o hábito de guardar dinheiro para emergências porque muitas vezes não é ensinado em casa como lidar com o dinheiro e esse papel agora cabe a escola através da disciplina de educação financeira, orientando esses jovens assim que eles começam a ter seu dinheiro, ajudando-os em como pensar em utilizá-lo de forma mais consciente.”, defende.

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Educação preventiva

Atualmente, a proliferação das bets tem chamado a atenção para a importância deste tema. Por isso, o ensino obrigatório de finanças nas escolas pode virar realidade em todo o país com o projeto de lei (PL 1510/2025), de autoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS). A ideia é que crianças e adolescentes, a partir do início do ensino fundamental, aprendam sobre como lidar com dinheiro, entender o que são juros, orçamento familiar, crédito e consumo consciente.

Segundo o Instituto Locomotiva, metade dos apostadores têm entre 19 e 29 anos, e um terço já está com o nome sujo. Além disso, o SUS registrou que os atendimentos por vício em jogos de aposta cresceram sete vezes nos últimos quatro anos. Na opinião da pedagoga e também administradora, a educação financeira é melhor compreendida por alunos do ensino médio, do 1 ao 3 ano, quando estes começam a ser inseridos no mercado de trabalho e precisam aprender a administrar o dinheiro.

“Essa disciplina já faz parte do currículo das escolas do Paraná, com professores formados em matemática lecionando essa disciplina. Nela são apresentadas muitas situações problemas para os alunos, que podem ver aplicações reais que irão encontrar no decorrer de suas vidas, como impostos que são cobrados, como fazer financiamento e calcular se é vantajoso ou não, aprender um pouco de investimento e assim vai. A matéria é bem ampla e o aluno consegue ter um conhecimento básico a respeito de diversos temas.”, comenta Rafaella.

Dentre os principais beneficios deste tipo de aprendizado, ela destaca maior facilidade de administrar o dinheiro, pensar em um fundo de reserva, poupar para lidar com imprevistos, ter crédito na praça, e ter mais noção sobre a vida adulta e as responsabilidades que ela traz. E a curto prazo e benefício, pois ele terá uma melhor visão de como cuidar dos seus ganhos, a como empreender para gerar renda extra e diversas outras possibilidades que ele pode ver para administrar seu dinheiro.

“A curto prazo, o aluno terá uma melhor visão de como cuidar com os seus ganhos, a como empreender para gerar renda extra e diversas outras possibilidades que ele pode ver para administrar seu dinheiro. E a longo prazo ele será um adulto mais consciente em relação a questões financeiras e terá menos chances de se endividar e caso isso ocorra devido a perda do seu trabalho, ele conseguirá ver outras possibilidades empreendendo e criando seu próprio negócio.”, afirma.

Professora Rafaella explica como pais e responsaveis podemos ajudar em casa

Apoio em casa

Segundo a profissional, com especialização em Educação a Distância com Ênfase na Formação de Tutores, Educação Especial Inclusiva e Neuropedagogia na Educação, a família tem um papel fundamental nesse sentido, quando desde a infância a criança tem acesso a questões financeiras, como ser ensinada a poupar dinheiro, quanto custa as coisas, quais são as despesas de uma casa e da família, quanto seu pais ganham, etc. “Com certeza isso ajuda ela a entender como a vida financeira funciona e como lidar com essas questões na sua vida adulta. Quando pedimos aos alunos para fazer o levantamento das despesas familiares, muitos não têm acesso a essas informações e não fazem a mínima ideia de quanto custa para sustentar uma casa.”, observa.

“Uma atividade prática que realizamos em sala é colocar qual a renda da família em uma planilha e colocar todas as despesas de uma casa com valores reais, de quanto custa um aluguel ou financiamento de uma casa, água, luz, mercado, despesas médicas, impostos a pagar no decorrer do ano e tudo mais que eles têm de despesas, e no fim lembrar que precisam poupar 20% da renda para um fundo de reserva, e a maioria dos alunos fica abismada de como os pais conseguem pagar todas as contas, pois geralmente as despesas são maiores que a receita”, conta.

Foto casino: Pixabay

Comentários

- PUBLICIDADE -

Últimas notícias

- PUBLICIDADE -

Você pode gostar