A Secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura (MinC), Cláudia Leitão, participou nesta quarta-feira (16/10) da mesa de abertura da 2ª Edição do FICC (Fórum de Inovação, Cultura e Criatividade da Bahia), realizado pelo SESI Cultura Bahia, em parceria com o SENAI.
Este ano, o evento tem como tema “Multiverso Criativo: o futuro da inovação cultural” e propõe reflexões sobre o papel da criatividade como força produtiva, inteligência coletiva e ativo estratégico para o desenvolvimento sustentável.
Na mesa de abertura, “Indústria Criativa 4.0: Quando Cultura e Tecnologia se Encontram”, Cláudia Leitão representou o MinC ao lado de Paulo Miguez, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC), e do cantor, compositor e pesquisador, Russo Passapusso, vocalista da banda BaianaSystem.
A discussão propôs um mergulho no futuro da relação entre cultura, tecnologia e indústria, destacando que não se trata apenas de patrocinar ou consumir cultura, mas de integrar processos criativos às cadeias produtivas, impulsionando inovação, competitividade e sustentabilidade. O encontro reúne atores da cultura para debater novos modelos de negócios, produtos culturais de alto valor agregado e a formação de profissionais capazes de atuar na fronteira entre arte, tecnologia e indústria.
Durante sua fala, Cláudia Leitão destacou a importância de compreender a economia criativa a partir da noção de ecossistema cultural e criativo. “A Unesco define esse ecossistema como um ambiente complexo, formado por artistas, produtores, consumidores e intermediários públicos e privados que se envolvem para gerar diversos modelos de valor econômico. Esse conceito é chave para construirmos novos índices, indicadores e metodologias no campo da cultura”, afirmou.
A secretária destacou ainda o desafio de mensurar o valor simbólico e identitário dos bens e serviços culturais, ressaltando a necessidade de criar estratégias que articulem e divulguem o valor agregado da cultura nos produtos.
“Precisamos avançar na mensuração daquilo que envolve qualidade, valor simbólico e identidade. É necessário compreender e fortalecer os ecossistemas culturais e criativos, criando metodologias que reflitam a riqueza e a diversidade dos territórios, local onde a vida acontece”, disse.
Cláudia também anunciou que o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Economia Criativa lançará, em novembro, a Política Nacional de Economia Criativa — Brasil Criativo, que, segundo ela, irá contribuir para o reconhecimento e a consolidação da economia criativa como uma estratégia de qualificação do desenvolvimento nacional.
“Quando falamos em desenvolvimento sustentável, precisamos falar de meio ambiente, de cultura, de política e de cidadania. É fundamental integrar essas dimensões. O Brasil inteiro é criativo, mas o que diferencia um território do outro é o grau de maturidade, que está diretamente ligado à governança e a políticas públicas consistentes”, ressaltou.
O reitor da UFBA, Paulo Miguez, destacou o papel da arte como dimensão essencial da vida humana. “Sem a arte, a vida seria insuportável. A nós, gestores públicos, cabe garantir o melhor possível para que essa dimensão indispensável da vida continue acontecendo da melhor forma. Essa é uma obrigação da qual não podemos fugir”.
Já Russo Passapusso trouxe uma reflexão sobre a potência e a diversidade da cultura brasileira. “A cultura é mutante. O meu lugar de fala é o lugar do conflito. Cultura é identidade e linguagem. É o que nos permite desenvolver causas e causos coletivos. No Brasil, é impossível não ser criativo para sobreviver”.
Espaços de debates como estes fortalecem os ecossistemas culturais e criativos brasileiros, gerando conhecimento, conexões e oportunidades para os fazedores de cultura em todo o país.
Participando desses debates, o Ministério da Cultura reafirma seu compromisso em promover políticas públicas que reconheçam a criatividade como força produtiva, cidadã e estratégica para o desenvolvimento do país. A construção da Política Nacional de Economia Criativa integra esse movimento, consolidando a cultura e a inovação como eixos fundamentais de um projeto de desenvolvimento sustentável, inclusivo e baseado na diversidade cultural brasileira.
Fonte: Ministério da Cultura