Nesta terça-feira (27), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizou o seminário Diálogos sobre Conservação-Restauração: Patrimônio e Democracia, que tem o objetivo de debater a restauração das peças danificadas nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. A programação segue até quinta (29), no auditório da entidade e tem transmissão ao vivo pelo canal do Iphan no YouTube.
Durante a abertura do encontro, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, reafirmou a importância da defesa do patrimônio cultural como um pilar da democracia.
“Os inesquecíveis ataques ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023, uma ação antidemocrática e violenta, destruíram obras artísticas, danificaram prédios tombados, tentaram atear fogo e, das mais diversas formas, atacaram as obras de arte. Atacaram o patrimônio do nosso país. Isso é um alerta que nos indica que precisamos defender coletivamente nossa democracia e nossos valores de liberdade e igualdade política”, disse.
Ela ressaltou ainda a relevância de incentivar a população a se apropriar e valorizar as riquezas culturais, tanto materiais quanto imateriais, que constituem o patrimônio nacional.
“O Brasil tem um dos patrimônios culturais e artísticos mais ricos do mundo, com uma diversidade e pluralidade de manifestações, e precisamos preservá-lo. Faz parte da missão do MinC incentivar a população a se apropriar cada vez mais desse poder e força, dessa beleza e majestade que estão nas nossas riquezas culturais materiais e imateriais”, destacou.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, agradeceu o empenho de todos os envolvidos na recuperação e conservação das obras de arte danificadas, especialmente pela parceria com a UFPel.
“Dentro de todo o trabalho, destaco a importância de ações educativas sobre os bens culturais, para que não se repita o vandalismo. Para que essa geração seja um agente de transformação da sociedade”, disse.
A reitora da UFPel, Isabela Andrade, falou da parceria e a colaboração estabelecida junto ao Iphan e à Diretoria Curatorial dos Palácios Presidenciais.
“Foi um projeto repleto de muito entusiasmo e, ao mesmo tempo, de tristeza, sentido especialmente pelas pessoas que têm carinho e cuidado com nosso patrimônio cultural. Enviamos um ofício dizendo que tínhamos disponibilidade, conhecimento técnico, profissionais e estudantes que queriam contribuir. Então, em seguida, alinhamos como seria nossa participação para restaurar as obras”, pontuou.
Rogério Carvalho, diretor Curatorial dos Palácios Presidenciais, mencionou que o trabalho de restauração abriu portas para um processo mais amplo de valorização e inclusão, que visa refletir a diversidade cultural do Brasil nos espaços do Palácio do Planalto.
“Esse momento representou uma oportunidade para iniciar um processo de preparação histórica mais amplo, com o reconhecimento da necessidade de reativar o sentimento de pertencimento da população em relação ao Palácio do Planalto”.
Durante a cerimônia, também foi apresentado o projeto, Brasília: Estado da Arte, pelas profissionais Karen Caldas, coordenadora adjunta do projeto; Andrea Bachettini, professora; e Magda V. Nunes, conservadora e restauradora. A iniciativa de restauro é fruto de um Termo de Execução Descentralizada (TED) entre o Iphan e a universidade, no valor aproximado de R$ 2,2 milhões. O projeto inclui a instalação de um laboratório para restaurar 20 obras do acervo da Presidência da República, danificadas nos atos antidemocráticos.
Programação do Evento
Antes da cerimônia, pela manhã, foi realizada a mesa redonda Iniciativas institucionais, desafios e práticas positivas para colaboração institucional na conservação-restauração e valorização do patrimônio cultural.
Na ocasião, foi inaugurada a exposição, 8/1: Democracia e Restauração, que documenta os processos de restauro das obras. A exposição, localizada no saguão do auditório do Iphan, estará aberta para visitação até 25 de outubro, das 8h às 18h. Por fim, foi realizada a mesa Respostas Institucionais para Ataques ao Patrimônio Cultural no dia 08/01.
Os dois dias de evento, incluem discussões sobre o trabalho de recuperação do acervo e temas como conservação e restauração de diferentes materiais, educação patrimonial e a valorização da democracia. Para acessar a programação completa, clique aqui.
Fonte: Ministério da Cultura