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Fundação Cultural Palmares sedia cerimônia do edital Viva Pequena África no Rio de Janeiro

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A Fundação Cultural Palmares (FCP) recebeu na terça-feira (16), na sua sede regional do Rio de Janeiro, instalada no histórico Armazém Docas Dom Pedro II (André Rebouças), a cerimônia de anúncio dos resultados do edital Viva Pequena África. A iniciativa, promovida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em parceria com o Consórcio Viva Pequena África, contemplou 11 projetos culturais que irão partilhar aproximadamente R$ 5 milhões, somados a aportes de instituições apoiadoras como Open Society Foundation, Ford Foundation, Instituto Ibirapitanga e Fundação Itaú.

O evento simbolizou um anúncio de investimentos e reafirmou a Pequena África como território de memória, resistência e criação, com a Fundação Cultural Palmares na condição de anfitriã e guardiã desse patrimônio histórico e cultural afro-brasileiro.

As iniciativas contempladas receberão valores entre R$ 308,7 mil e R$ 500 mil, além de um ciclo formativo em gestão, governança, captação de recursos e comunicação, composto por 16 encontros presenciais.

Entre os selecionados, a Casa Escrevivência, espaço cultural inaugurado pela escritora Conceição Evaristo em 2023, conquistou o primeiro lugar. Em seguida, foi contemplado o projeto Caminhos da Tia Ciata, promovido pela Casa de Tia Ciata, voltado para a valorização de saberes afro-brasileiros. O terceiro lugar ficou com o Instituto Entre o Céu e a Favela, sediado no Morro da Providência, que desenvolverá intercâmbio cultural no Benin e um livro pedagógico com trocas vivenciais.

A seleção foi conduzida pelo Consórcio Viva Pequena África, formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), Diaspora.Black e Feira Preta, com base em critérios de relevância, impacto social, tradição, maturidade organizacional e viabilidade técnica.

Durante a cerimônia, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o edital reafirma o compromisso da instituição com a memória e a cultura afro-brasileira. “A Pequena África é um território de resistência e de criação, e apoiar essas iniciativas significa reconhecer a importância histórica desse espaço e, ao mesmo tempo, impulsionar a economia criativa, a geração de renda e o fortalecimento das organizações negras.”

Na mesma linha, Átila Roque, representante da Fundação Ford no Brasil, avaliou que a iniciativa consolida uma agenda que dá protagonismo às organizações negras. “Mais do que financiar projetos, este edital é sobre fortalecer instituições, redes e territórios que carregam a história da resistência negra no Brasil. A Pequena África nos inspira a pensar outras Pequenas Áfricas espalhadas pelo país.”

O presidente da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues, reforçou a dimensão simbólica do evento ao relacionar a história da instituição com o espaço que sediou a cerimônia. “Dois anos depois de assumir a presidência da Fundação, estar, hoje, no Rio de Janeiro, neste armazém erguido por André Rebouças sem trabalho escravo, é presenciar a história se mover. Este espaço é templo, é casa da cultura e da democracia, é morada dos ancestrais e lugar de um Brasil que se rediscute. A Pequena África simboliza a luta e a criação do nosso povo. O que fazemos aqui é garantir que não haja Brasil sem a população negra, sem sua memória, sem sua luta. Essa é uma vitória extraordinária do povo negro.”

O edital integra a Iniciativa Valongo, plano de ação lançado em 2023 pelo BNDES, que articula esforços de diversos órgãos federais – como os ministérios da Igualdade Racial, da Cultura, dos Direitos Humanos e Cidadania, além da Fundação Cultural Palmares e do Iphan -, com o objetivo de requalificar a região do Cais do Valongo e impulsionar organizações locais.

A região, reconhecida como patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro pela Lei Federal 15.203/2025, reúne marcos como o Largo da Prainha, o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, a Pedra do Sal, o Cemitério dos Pretos Novos e a própria Casa da Tia Ciata. Ao sediar a cerimônia no Armazém Docas Dom Pedro II (André Rebouças), a Fundação reafirma seu papel de guardiã da memória e agente ativo na valorização das heranças culturais do povo negro.

Confira quem são os contemplados:

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Fonte: Ministério da Cultura

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