Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
Com citação do baiano Castro Alves, em Espumas Flutuantes, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância da leitura e da literatura no evento de lançamento do edital do Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, nesta terça (26). Com recurso total de R$ 1 milhão (USD 6 mil para cada públicação), o edital tem inscrições abertas nesta quarta (27) até 27 de outubro.
A chefe da Cultura destacou não bastar “que o mundo conheça nossa produção”. “É importante que o país se fortaleça como um país de leitores”, frisou. Em busca desse objetivo, o MinC tem lançado editais como Maria Carolina de Jesus e o edital Pontos de Leitura. Também integram as ações do Ministério o fortalecimento da Biblioteca Nacional e bibliotecas comunitárias.
“Um país democrático se constrói e se fortalece a partir do povo que se conhece, que respeita sua memória, que conquista a sua economia. Por meio da escrita e da literatura é possível preservar e transmitir a memória da sociedade”, defendeu a ministra em discurso para uma plateia de representantes da Cultura e diplomatas, na sede do Instituto Rio Branco, autarquia de formação e carreira do Ministério de Relações Exteriores (MRE), parceiro do edital, juntamente com a Fundação Biblioteca Nacional, entidade vinculada ao MinC.
Secretário de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba discursou no evento, chamando atenção para a bibliodiversidade, referente à diversidade de livros envolvendo a multiplicidade de culturas. “A política de fomento à literatura precisa traduzir a diversidade brasileira em sua plenitude.”
Presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, lembrou que a instituição é considerada uma das 10 maiores bibliotecas do mundo e que o trabalho por políticas de leitura toca na alma do Brasil, que tem muito a compartilhar com o mundo. Em defesa de feiras literárias, Lucchesi destacou ser o aporte de R$ 1 milhão do edital o maior estabelecido para fomentar autores brasileiros no exterior.
Diretor do Instituto Guimarães Rosa, o ministro Marco Antonio Nakata defendeu a divulgação da literatura no exterior e ressaltou ser o Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior ser um dos mais longevos, sendo criado no início da década de 1990. O Instituto é ligado ao MRE e responsável pela diplomacia cultural brasileira.
Diretora-geral do Instituto Rio Branco, a embaixadora Gilvânia Maria de Oliveira falou sobre o momento singular de retomada de políticas públicas com a recriação do MinC e lembrou que a ministra Margareth é reconhecida como uma das 100 mulheres negras mais influentes no mundo. ”É um orgulho receber a senhora.”
O evento também contou com participação do escritor Itamar Vieira Júnior, autor de Torto Arado, traduzido em nove idiomas, nos últimos cinco anos. Em depoimento por vídeo, o autor agradeceu o impulso de políticas públicas para difundir a literatura brasileira no exterior. “A literatura brasileira é muito procurada e querido pelo mundo. Um projeto como esse ajuda a divulgar nossa arte, nossa cultura. Muitas editoras conseguiram auxílio para tradução via Biblioteca Nacional.”
Entre autoridades que participaram da cerimônia no Instituto Rio Branco, estavam o secretário-executivo do MinC, Márcio Tavares; o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass; a coordenadora-geral de Livro e Leitura, Andressa Marques; e a coordenadora-geral da Biblioteca Nacional, Verônica Lessa.
O Programa
O Programa de Apoio à Tradução e à Publicação de Autores Brasileiros no Exterior da Fundação Biblioteca Nacional foi criado em 1991 para divulgar o patrimônio literário nacional e, ao longo de mais de três décadas, publicou mais de 1.200 obras em 45 idiomas.
Inglês, russo, espanhol, italiano, búlgaro, grego, sueco. Entre os autores mais traduzidos estão Clarice Lispector (65 traduções), Machado de Assis (48), Jorge Amado (28) e Rubem Fonseca (25).
Fonte: Ministério da Cultura