A embaixadora do Quênia no Brasil, Peris Kariuki, visitou nesta terça-feira (15) a sede da Fundação Cultural Palmares, em Brasília, para dialogar sobre parcerias estratégicas nas áreas da cultura, educação, cinema, tecnologia e economia criativa. Recebida pelo presidente João Jorge Rodrigues, a diplomata foi acolhida com entusiasmo e reafirmações de compromisso com a aproximação entre os povos africanos e a diáspora brasileira.
Durante o encontro, João Jorge destacou o papel do Quênia como referência simbólica e cultural para o mundo, ressaltando sua relevância nas artes, no esporte e na moda contemporânea. “O Quênia é uma potência cultural e humana. A Fundação Palmares deve ser um porto seguro para africanos no Brasil, uma casa para quem tem raízes e vínculos com o continente africano”, afirmou.
A conversa abordou o fortalecimento de cooperação entre os países da África e Brasil, com propostas como a implementação de cursos de swahili em universidades brasileiras — especialmente voltados a estudantes afrodescendentes — e a promoção da tradução de obras entre o português e o swahili, idioma falado por mais de 200 milhões de pessoas no continente africano. “Muitos brasileiros não sabem que o swahili é uma das línguas oficiais da União Africana. Precisamos superar o apagamento e construir pontes reais com a África”, pontuou o presidente.
A embaixadora, visivelmente emocionada com a recepção, afirmou que se sentiu em casa na instituição. “A história da África está viva nesta Fundação. Conhecíamos a Palmares de nome, mas estar aqui nos mostra um verdadeiro potencial. Com certeza voltaremos, e queremos trazer nosso chefe de missão para conhecer esse espaço”, declarou. Ela ainda destacou as oportunidades de intercâmbio nas áreas de moda, cultura e esporte — especialmente o atletismo e o futebol — como caminhos para a aproximação concreta entre os dois países.
A diplomata foi convidada a participar da programação especial do mês de maio, que celebrará o Dia da África, bem como do Seminário Internacional que será promovido pela Fundação Palmares. “Este é apenas o início de uma parceria duradoura, que pode gerar frutos simbólicos e institucionais para o Brasil e para o Quênia”, afirmou João Jorge.
Para João Jorge, é uma oportunidade de ampliar os estudos africanos com uma abordagem afro-asiática, valorizando símbolos como a bandeira queniana, entregue por Kariuki como um gesto simbólico de respeito e diplomacia cultural baseada na ancestralidade compartilhada.
A visita reforça o compromisso da Fundação em atuar como elo entre o Brasil e o continente africano, reconhecendo o valor da diversidade, da história e das heranças culturais africanas presentes na formação da sociedade brasileira.
Fonte: Ministério da Cultura