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“A cultura é aliada no combate à fome e à pobreza”, disse a ministra durante abertura da Cúpula do G20 Social

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A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou nesta quinta-feira (14), às 14h, da mesa de abertura da Cúpula do G20 Social. Com o lema Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável, as atividades são realizadas no Museu do Amanhã e na área dos armazéns, localizados na Zona Portuária do Rio de Janeiro, e reúne representantes das 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia, União Africana, sociedade civil e movimentos sociais.

Em seu discurso, Margareth Menezes saudou os 13 grupos de engajamento que fazem parte do G20 Social: representantes da sociedade civil; think tanks; juventude; mulheres; trabalho; cidades; negócio; ciências; startups; parlamentos; tribunais de contas; e os recém-incorporados: cortes supremas e oceanos. E expressou que esta é a primeira vez na história que as potências econômicas globais integram diferentes vozes nos processos decisórios do G20.

“O que estamos vivenciando aqui é o legado de transformação, esperança e mobilização que o Brasil quer deixar para o mundo como proposta de uma nova governança global, que reconheça a importância da participação da sociedade civil nas decisões que impactam suas vidas”, elucidou.

Na ocasião, a ministra destacou que o governo federal tem trabalhado para fortalecer o papel da cultura como promotora de desenvolvimento sustentável e justiça social. “A cultura é aliada no combate à fome e à pobreza; é promotora também da paz; é ferramenta de empoderamento territorial e comunitário, de equidade de gênero, de correções e enfrentamento de assimetrias e desigualdades de acesso”, enfatizou.

Ela ainda compartilhou algumas das ações de construção coletiva que fez com que tivesse avanços nas políticas culturais: “Mais de 10 anos após a última Conferência Nacional de Cultura, retomamos a participação social com força máxima, realizando a 4ª Conferência Nacional de Cultura. Realizamos três encontros do Grupo de Trabalho de Cultura do G20 ao longo do ano, com eventos paralelos para envolver a sociedade civil nas discussões globais. Em Brasília, o Seminário Internacional Patrimônio Cultural e Ações Climáticas abordou o impacto das mudanças climáticas sobre o patrimônio cultural. No Rio de Janeiro, o Seminário de Políticas para a Economia Criativa: G20 + Ibero-América destacou o papel da economia criativa no desenvolvimento contemporâneo. Já em Salvador, o Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima reuniu especialistas para debater a cultura como parte da solução para a crise climática”.

Representando a sociedade civil brasileira, Edna Roland, do Geledes, Instituto da Mulher Negra, iniciou sua fala destacando os segmentos, em especial os afrodescendentes, os povos indígenas e demais populações tradicionais que compartilham algumas prioridades e desafios. Ela frisou a importância de políticas públicas que atendam às necessidades específicas dessas populações, garantindo inclusão e acesso aos serviços básicos, o que vai ao encontro da justiça social e promove uma sociedade mais justa e equitativa.

“Enfrentar o racismo estrutural e promover políticas que assegurem qualidade, igualdade e oportunidades em diversas áreas, como educação, emprego e saúde. Na educação, por exemplo, a valorização da história afro-brasileira e o aumento do acesso ao ensino superior aos jovens negros; e na cultura, a valorização e expressão cultural, além da promoção de festivais e eventos culturais”, mencionou, ao listar outras áreas que necessitam de políticas para atender a essas populações.

Nandini Azad, representando a sociedade civil internacional e o Fórum de Mulheres Trabalhadoras da Índia, expressou a honra e o prazer de participar do G20 no Brasil, além disso, enfatizou a importância de incluir pessoas vulnerabilizadas, como mulheres, jovens, povos indígenas, pessoas com deficiência e pequenos agricultores nos espaços de decisão. “Todas as pessoas que estão à margem da sociedade precisam ser incluídas. Ter um G20 Social é algo que merece aplausos”, elogiou.

A primeira-dama, Janja Lula da Silva, afirmou que esses espaços permitem que as vozes sejam mais ouvidas e que as recomendações sejam efetivamente aceitas. “Não poderia deixar de mencionar o empenho global, a aliança global contra a fome e a pobreza; queremos a adesão total dos membros do G20, dos organismos e da sociedade civil. A aliança global pode ser o instrumento que une políticas públicas de sucesso para combater a fome, a pobreza e, o mais importante, assegurar o financiamento”, pontuou.

Já o embaixador Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, ressaltou a importância dos três eixos principais: combate à fome e às desigualdades, enfrentamento das mudanças climáticas e transição energética justa, e reforma da governança global. Ele enfatizou que não seria possível ter sucesso sem uma mobilização social, e afirmou que “sem a participação da sociedade, nada poderia ser tão grandioso”, acrescentou.

Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, falou sobre a grandiosidade do evento e o funcionamento do evento. “Esse pode ser um dos maiores legados do governo brasileiro. Neste momento, precisamos enxergar a dimensão histórica; estamos iniciando o G20 Social como parte do G20. Vamos encerrar entregando ao presidente Lula o documento que será aclamado pelos movimentos e pelo povo presente”, concluiu e, logo, anunciou que o próximo G20 Social será realizado na África do Sul.

A cerimônia contou com a presença de importantes autoridades como Márcio Macêdo, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República; Cida Gonçalves, ministra das Mulheres; Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro; representantes do governo do Estado; de movimentos sociais e da sociedade civil.

Cúpula do G20 Social

O G20 Social é uma iniciativa inédita, criada em 2024 para ampliar a participação de atores não governamentais nos processos decisórios do G20. A presidência brasileira tem o propósito de ampliar e garantir espaço para as diversas vozes e lutas das populações dos países do G20.

A programação da Cúpula inclui feiras no Boulevard Olímpico com três temas: Sustentabilidade, Combate à Fome e Cultura dos Povos. Com produtos alimentícios e agroecológicos; e o da Cultura dos Povos, com literatura, publicações e divulgações sociais. Ao todo serão 180 barracas, das quais 30 com produções indígenas.

No segundo dia da Cúpula Social (15), as atividades serão organizadas por meio de plenárias, em torno dos eixos prioritários da presidência brasileira no G20: combate à fome e às desigualdades, enfrentamento das mudanças climáticas e transição energética justa, e reforma da governança global. No último dia (16), da Cúpula Social, será feita a síntese das atividades, gerando um documento final que será entregue ao presidente Lula, no ato de encerramento.

O documento será encaminhado à Cúpula dos chefes de Governo e Estado pelo presidente Lula, como uma contribuição da sociedade civil brasileira e estrangeira para o debate dos dias 18 e 19 de novembro.

Aliança Global Festival Contra a Fome e a Pobreza

À noite, a partir das 19h, a ministra da Cultura participará da abertura do Aliança Global Festival Contra a Fome e a Pobreza, na Praça Mauá. O evento, que faz parte do G20, será realizado entre os dias 14 e 16 de novembro, usará expressões artísticas para lançar uma mensagem global sobre o compromisso do Brasil em construir uma rede de colaboração e impacto na luta pela justiça alimentar.

A programação completa para os três dias inclui o Embaixador da Cultura brasileira, Seu Jorge, Alceu Valença, Ney Matogrosso, Daniela Mercury, Diogo Nogueira, Fafá de Belém, Zeca Pagodinho, Maria Rita, Maria Gadú, Rachel Reis, Larissa Luz, Aguidavi do Jêje, Mateus Aleluia, Ilessi, Rita Benneditto, Afrocidade, Romero Ferro, Roberto Mendes, Mariene de Castro, Marcelle Motta, Pretinho da Serrinha, Teresa Cristina, Roberta Sá, Kleber Lucas, Jovem Dionísio, Tássia Reis, Jota.Pê, Jaloo e Lukinhas.



Fonte: Ministério da Cultura

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