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O arquiteto do “Milagre Econômico Brasileiro” e figura central na política nacional, Delfim Netto, deixa um legado completo e controverso após décadas de influência sobre o destino do país
O Brasil se despede de um dos maiores arquitetos de sua história econômica. Antônio Delfim Netto., o economista que moldou décadas de políticas e decisões que definiram o destino de milhões de brasileiros, nos deixou anos 96 anos de idade em 2024, encerrando uma trajetória que atravessou regimes, crises e momentos de glória.
Nascido em 1º de maio de 1928, em São Paulo, Delfim Netto começou sua caminhada como um brilhante economista formado pela Universidade de São Paulo (USP). Logo, tornou-se professor na mesma instituição, mas seu destino estava marcado para voos muito mais altos. Durante a ditadura militar, Delfim não foi só um observador dos eventos históricos, mas um dos principais protagonistas, sendo o cérebro por trás do “Milagre Econômico Brasileiro”. O período, que viu o país crescer as taxas extraordinárias, foi marcado por um otimismo desenfreado, com o PIB saltando a níveis impressionantes.
Mas o milagre teve o seu custo. A dívida externa disparou, e as desigualdades se aprofundaram. Delfim Netto, com sua visão pragmática e por vezes implacável, foi o responsável por decisões que, embora necessárias à época, carregavam um peso social imenso. Seu nome virou sinônimo de crescimento, e de controvérsia. Amado por uns, criticado por outros, Delfim nunca se esquivou do debate, mantendo-se uma figura central na política brasileira mesmo após o fim do regime militar.
Como Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamentos e Embaixador na França, Delfim marcou sua presença em cada cargo que ocupou. Suas políticas moldaram o Brasil, trazendo avanços significativos, e desafios que ecoam até os dias de hoje. Mesmo após o retorno à democracia, Delfim permaneceu ativo, servindo como deputado federal e influenciando o rumo da nação com suas análises sempre afiadas e muitas vezes provocativas.
A morte de Delfim Netto marca o fim de uma era. Ele não foi apenas um economista ou político; foi uma força da natureza, um titã cujas decisões ainda ressoam no Brasil moderno. Sua partida deixa um vazio, e um legado complexo, profundo, que será estudado e debatido por gerações.
Hoje, o Brasil se despede de um gigante, consciente de que, apesar de todas as controvérsias, Delfim Netto foi, sem dúvida, um dos maiores moldadores do destino desta nação. Este legado é um lembrete do poder que uma visão econômica pode ter sobre o futuro de um país. Que descanse em paz, Delfim Netto, o economista que ousou sonhar e transformar o Brasil.