Iniciativa prepara alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio e o ensino superior
Por Ícaro Henrique, Ascom/SEEDF
O último aulão do projeto Enem Inclusivo e Especial foi realizado na manhã deste sábado (8), no Centro de Educação de Jovens e Adultos da Asa Sul (CESAS), com estudantes, familiares e professores. A ação encerrou a edição de 2025 do projeto da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Especial (Subin) da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, que, ao longo de 13 sábados, preparou alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujas provas acontecem neste domingo (9) em todo o país.
O evento contou com a presença da secretária de Educação, Hélvia Paranaguá; do secretário da Pessoa com Deficiência do DF, Willian Ferreira da Cunha; da subsecretária da Subin, Vera Lúcia Barros; e da coordenadora da Regional de Ensino (CRE) do Plano Piloto, Sandra Cristina de Brito.
“Estamos aqui no último aulão do Enem Integral Inclusivo, um momento muito especial, com direito até a desfile dos estudantes. A expectativa é grande, principalmente porque amanhã é o grande dia. Quero reforçar para que todos cheguem cedo! Os portões abrem ao meio-dia e fecham às 13h; depois disso, não tem mais como entrar. Então, nada de atrasos. Estamos confiantes e torcendo muito pelo sucesso de cada participante”, destacou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.
Estamos confiantes e torcendo muito pelo sucesso de cada participante.
O aluno Nicolas Xavier da Silva, de 18 anos, autista de nível 1 de suporte e concluinte do ensino médio no Centro Educacional (CED) Incra 8, em Brazlândia, contou que a experiência no curso foi positiva e o ajudou a se preparar para o exame. “A preparação foi muito boa. Os professores explicavam de forma simples, inclusive para os alunos com deficiência visual, pois até fizeram audiodescrição das aulas. Eu consegui entender bem o conteúdo e acredito que posso me destacar em português, história e filosofia”, disse.
Pensando no futuro universitário, o estudante já sabe o que pretende fazer. “Como já estudei inglês por seis anos, quero seguir na área e fazer Letras – Inglês. Esse curso tem me ajudado muito a me sentir mais preparado e confiante para o Enem”, completou.
O jovem também é escritor e está se preparando para lançar seu segundo livro, Pequenos Mundos: Barquinho de Papel. O lançamento da obra está previsto para o dia 8 de dezembro, na Biblioteca Nacional. O pai, Sansão Barbosa, acompanhou o filho em todo o processo e celebrou com orgulho mais essa conquista.
“A gente descobriu esse talento do Nicolas durante a pandemia, quando ele começou a se interessar por leitura e a escrever pequenas histórias. Fomos incentivando e, com o tempo, ele foi ganhando confiança. O primeiro livro ele lançou com o apoio da escola, e agora já está indo para o segundo. É um orgulho muito grande ver o quanto ele se dedica e o quanto a escrita tem ajudado no desenvolvimento dele”, contou o pai.
Inclusão e respeito
O secretário da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal, Willian Ferreira da Cunha, compartilhou sua trajetória pessoal de superação e aprendizado e destacou a importância de políticas públicas que promovam acessibilidade e garantam dignidade às pessoas com deficiência.
“Nós, pessoas com deficiência, não tínhamos oportunidades como essa no passado. Hoje, é um privilégio estar aqui em um espaço que garante acessibilidade, cidadania e dignidade. A inclusão só acontece quando caminhamos juntos. Eu também enfrentei dificuldades nos estudos, mas, com as ferramentas certas, consegui chegar à universidade. Agora, nosso compromisso é fazer com que mais pessoas com deficiência tenham seus direitos garantidos e realizem seus sonhos”, afirmou.

Fashion Inclusivo
Entre os participantes estava também Marinete Brito Nascimento, de 38 anos, estudante do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV) da Asa Sul e modelo do projeto Fashion Inclusivo, associação sem fins lucrativos que, há 14 anos, promove a representatividade de pessoas com deficiência no mundo da moda.
“Por meio do Fashion Inclusivo, eu vim parar nesse aulão para realizar o meu sonho de entrar na universidade e me deparei com uma equipe totalmente inclusiva. A subsecretária Vera me deu todo o suporte para que eu me sentisse empoderada. Saio diferente de quando cheguei: mais confiante na minha capacidade e muito grata por todo o acolhimento. A cada encontro, aquele sorriso dela parecia dizer: ‘Pode contar comigo’. Isso fez toda a diferença”, contou Marinete.

A estudante tem deficiência visual e aproveitou para falar também do carinho dado pela professora aposentada Ângela Ferreira, que tem contribuído para ampliar o espaço das pessoas com deficiência na moda. “O Fashion Inclusivo mostra para a sociedade que também somos consumidores e que podemos, sim, ter estilo. Levo essa mensagem por onde passo: independentemente das nossas condições, todos nós podemos usar um bom estilo e ocupar nosso lugar na moda”, completou.
Ação qualificada
A subsecretária de Educação Inclusiva e Especial, Vera Lúcia Barros, explicou que o projeto Enem Integral Inclusivo é uma ação que valoriza a singularidade de cada estudante e promove uma inclusão real e afetiva.
o projeto Enem Integral Inclusivo é uma ação que valoriza a singularidade de cada estudante e promove uma inclusão real e afetiva.
“Esse projeto não é uma ação quantitativa, mas, sim, qualitativa. O que buscamos aqui é a efetividade da inclusão, garantir que cada estudante seja visto, ouvido e acolhido em suas necessidades. Ao longo de 13 sábados, das 8h ao meio-dia, tivemos a presença constante dos alunos e de seus pais, que foram parte essencial dessa caminhada. Agora, com o encerramento e a certificação de 25 participantes, sentimos a alegria de ver cada um mais preparado e confiante para o Enem”, ressaltou.
O projeto, criado em 2019, tem como objetivo potencializar a aprendizagem dos estudantes da educação especial da rede pública do DF que vão participar do Enem e de outros processos seletivos de ingresso no ensino superior. Além de preparar os alunos para as provas, a iniciativa orienta sobre o processo de inscrição e o uso dos recursos de acessibilidade, fortalecendo a autonomia e a confiança dos participantes.

