Evento valoriza manifestações populares tradicionais das regiões administrativas
Por Giordano Bazzo, Ascom/SEEDF
A pergunta que abriu a programação da 12ª Jornada do Patrimônio, realizada na última sexta-feira (28), no Museu Nacional da República, já provocava: quantos lados têm o nosso quadradinho? A resposta passava por Sobradinho, Ceilândia, Planaltina, Paranoá, Taguatinga e outras regiões que compõem o mosaico cultural do Distrito Federal. O evento, promovido anualmente, reuniu professores e estudantes para ampliar o entendimento sobre o patrimônio cultural que nasce do encontro entre diferentes saberes e tradições.
Organizada pela Secretaria de Estado de Educação do DF (SEEDF), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF (SECECDF) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a iniciativa colocou em evidência manifestações como o Boi do Seu Teodoro, a Via Sacra de Planaltina, Martinha do Côco e o Mestre Zé do Pife. Também fizeram parte do debate expressões contemporâneas presentes no território, como hip hop, samba, reggae e rock.

Brasília de muitas raízes
O tema escolhido para 2025 buscou romper com imagens cristalizadas de Brasília, cidade construída por trabalhadores vindos de diversas regiões do país e que carrega, em suas regiões administrativas, elementos das raízes trazidas por quem a edificou. Festas, danças, narrativas orais, culinária e brincadeiras compõem a tessitura de identidades que atravessa o tradicional e o contemporâneo.
“A 12ª Jornada do Patrimônio reafirmou o compromisso da SEEDF com uma escola que reconhece, valoriza e se alimenta da potência das culturas populares do Distrito Federal”, afirmou a diretora de Educação em Tempo Integral, Érica Martins. “Quando ampliamos o olhar para além do Plano Piloto e evidenciamos os muitos ‘lados do nosso quadradinho’, fortalecemos o sentimento de pertencimento, promovemos justiça social e asseguramos o direito à cultura como parte essencial da formação integral.”
A programação do evento incluiu três rodas de conversa ao longo do dia. Pela manhã, os educadores Elza Caetano e Pablo Feitosa debateram a cultura afro-brasileira na capital. À tarde, Chico Simões e Manu Matusquella abordaram o teatro de bonecos e a palhaçaria. No fim do dia, os artistas Tico Magalhães, do Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, e Martinha do Côco conversaram sobre a cultura popular cerratense. O encerramento contou com a apresentação do grupo Tribo das Artes.
A iniciativa integra o calendário escolar desde 2013, quando a Lei Distrital nº 5.080 instituiu o Dia do Patrimônio Cultural em 17 de agosto. Para a diretora, o evento vai além da celebração. “Este é um convite à construção coletiva de uma educação que reconheça a diversidade como fundamento do nosso território e da nossa cidadania“, concluiu Érica.

