Projetos Viva Verde Vida e Água se Planta tornam a EC São Bartolomeu referência em preservação ambiental
Por Catharina Braga*, Ascom/SEEDF.
Na zona rural de São Sebastião, a Escola Classe (EC) São Bartolomeu conviveu por anos com os impactos do avanço urbano e do desmatamento na região. Há 15 anos, buscando preservar o bioma local e despertar a consciência sustentável nas novas gerações, a escola criou o projeto Viva Verde Vida, que se desdobrou em iniciativas pedagógicas e transformou a natureza em sala de aula a céu aberto.
A diretora Theodora Rodrigues conta que os alunos aprendem educação ambiental aliada aos conteúdos de matemática, alfabetização e literatura. “Os subprojetos corroboram para a alfabetização tanto da língua materna quanto para matemática, por meio da quantificação das colheitas e dos plantios, do estudo do solo e da produção de textos a partir do que foi estudado. É como se o Cerrado fosse um grande alfabeto”, relata a gestora.
Devido à natureza e localização, a escola possui espaços que se tornam verdadeiras ferramentas de aprendizagens. Com acesso a uma área de mata e trilhas, a EC São Bartolomeu incentiva o estudo da biodiversidade local, a identificação de espécies de flora e fauna e a compreensão dos ecossistemas para além das salas de aula.

Recursos hídricos e reflorestamento
Além do Viva Verde Vida, este ano a unidade idealizou o projeto Água Se Planta, voltado para a preservação dos recursos hídricos e o reflorestamento, em meio à crise climática vivida pelos brasilienses e testemunhada também pelos funcionários e estudantes da rede. Inspirada pela pesquisa do agricultor suíço Ernst Götsch em solo baiano, Theodora decidiu trazer esse conhecimento de maneira mais lúdica às crianças por meio dos livros infantis Os Rios Voadores, da autora Yana Marull, e Azul e Lindo: Planeta Terra Nossa Casa, de Ruth Rocha.
Como complemento à leitura, os pequenos visitaram um lago próximo à escola e plantaram um ipê para pôr em prática o aprendizado adquirido. Os alunos Letícia Sousa, 9 anos, e Isaque Cardoso, 9, foram os responsáveis por apresentar, no Circuito de Ciências, o berçário de plantas que as turmas criaram para representar o ato de “plantar água”.
“É quando as raízes da árvore sugam, que nem um canudinho, água debaixo da terra, e essa água é transpirada depois, virando vapor d’água que vai ajudar a formar as nuvens de chuva”, explica Letícia.
A professora Luciana Miranda acrescenta que a escritora Yana Marull visitou a comunidade escolar para contar a história de seu livro aos estudantes, o que fortaleceu ainda mais o processo pedagógico.
“O conhecimento foi dominado de fato pelos alunos a ponto de, no Circuito de Ciências, o público se impressionar com a fala certeira deles. Mesmo depois da apresentação, eles ainda sabem o que são rios voadores. Então, o processo foi internalizado e levado para suas famílias e para mais pessoas”, conta a docente Luciana Miranda.
*Estagiária sob a supervisão de Andressa Rios

