Filmes exibidos exploraram folclore e heróis do cotidiano
Por João Pedro Eliseu, Ascom/SEEDF
A Mostra Cinema Livre, promovida pelo Festival Brasileiro de Filmes de Entretenimento (Febrafe), levou ao SESC Estação 504 uma seleção especial de curtas produzidos por estudantes da rede pública do DF, que foram premiados na mostra. Na última terça-feira (6), alunos do Centro de Ensino Fundamental 02 do Guará e do Centro de Ensino Médio 12 de Ceilândia participaram da sessão, assistindo aos filmes “Saci” e “Super Heróis”. Ambos exploram, de forma leve e criativa, temas como o folclore brasileiro e a reflexão sobre os heróis do cotidiano — aqueles que, sem capa, inspiram e ajudam no dia a dia.
Além desses curtas, o evento também exibiu “O Gigante Não Precisa de Ajuda”, um filme produzido pelos estudantes do CEM 12, que aborda um conflito familiar e a importância da amizade em momentos de crise. Pedro Henrique Costa da Silva, diretor do curta, falou a respeito. “O filme trata de desavenças familiares que levam um dos personagens a fugir, se escondendo com a ajuda de seus amigos, e reflete sobre como a amizade pode ser um alicerce nos momentos difíceis“, destacou.
O projeto, desenvolvido por alunos interessados em fotografia e gravação, surgiu de um trabalho coletivo. “Quando a escola apresentou o projeto, tivemos a oportunidade de unir o útil ao agradável: trabalhar em algo que gostamos e, ao mesmo tempo, aprender e crescer com isso”, conta Pedro Henrique.
A produção do curta fez parte do projeto de imersão audiovisual juvenil “Faça! Filme!”, que envolve estudantes do ensino médio em atividades práticas de criação de filmes, ajudando a despertar o interesse e a desenvolver novos talentos para o setor audiovisual. Além do CEM 12, outras escolas, como o CED 03 do Guará e o CEM 404 de Santa Maria, participaram da iniciativa, sendo que o CEM 404 foi premiado com o troféu de Melhor Filme, além de Melhor Atuação, Roteiro e Direção, com um prêmio de mil reais.
O objetivo de envolver estudantes da rede pública no projeto é destacado por Péterson Paim, professor da Secretaria de Educação e idealizador da iniciativa: “Queríamos criar um projeto que ampliasse o acesso ao audiovisual nas escolas públicas, estimulando a produção de filmes que não só tivessem valor cultural, mas também atraíssem um grande público e gerassem entretenimento.”
Vitor Pinheiro, produtor do Febrafe e articulador da Mostra Cinema Livre, compartilhou como sua trajetória no audiovisual começou. “Tudo começou com o Péterson, meu professor de química no ensino médio. Ele me deu a oportunidade de trabalhar nos projetos dele e, agora, posso retribuir isso aos outros, criando oportunidades para que mais pessoas sigam essa carreira“, diz Vitor, que também contribui para envolver alunos em todas as etapas da produção. “Os alunos que se destacam nas atividades podem ser indicados para oportunidades profissionais no setor, começando sua carreira no cinema“, explica.
O audiovisual, uma ferramenta cultural, está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, seja por meio de vídeos amadores ou das grandes produções que mobilizam recursos financeiros e humanos. Este tipo de iniciativa proporciona aos estudantes a chance de explorar novas possibilidades e se inserir no universo da produção audiovisual de forma prática e transformadora.