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Meninas indígenas participam de curso oferecido pela Justiça do Trabalho da Paraíba

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O programa premiado do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (PB) teve sua quarta edição realizada no mês passado, no Centro Integrado da Justiça Social (CIJUS). Esta edição teve como público-alvo meninas entre 14 e 24 anos oriundas das comunidades indígenas de Baía da Traição (povo Potiguara) e Conde (povo Tabajara).

Ao longo dos dois dias, elas tiveram a oportunidade de participar de aulas ministradas por especialistas em diversas áreas. A primeira manhã foi iniciada com uma conversa com a professora de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Manuella Castelo Branco, abordando as questões do trabalho produtivo e reprodutivo, buscando elucidar algumas questões pouco discutidas.

“O trabalho reprodutivo, que é o trabalho feito em casa, em sua grande maioria por mulheres, na maioria das vezes não é reconhecido como um trabalho de fato. É algo bem naturalizado, como se este fosse algo inerente ao sexo feminino, quando sabemos que se trata de uma construção social. Acredito que falar sobre isso com estas jovens que estão entrando no mercado de trabalho pode nos ajudar a encontrar caminhos para resolver esta questão no futuro”, enfatizou a professora.

Logo depois, elas puderam aprender um pouco mais sobre técnicas de comunicação e oratória com o professor Alysson Bernardo, da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). Alysson trouxe informações e dicas importantes para que elas fiquem mais seguras na hora de falar em público, em uma entrevista de emprego ou mesmo no cotidiano, ao fazer vídeos nas redes sociais para divulgar algum empreendimento que venham a fazer.

O professor já havia participado de outras edições do programa e também do Programa Empregabilidade na Diversidade, que em sua primeira edição atendeu à população trans. “É sempre muito gratificante poder contribuir da maneira que eu posso, pois acredito muito nos projetos desenvolvidos pelo TRT-13. O Emprega Margaridas é uma iniciativa louvável, que dá voz a diversas mulheres e mostra que elas podem, que elas têm o direito de sonhar. Muito mais do que compartilhar técnicas, a gente dá possibilidades para que estas meninas abram a mente e vislumbrem o futuro delas”, afirmou.

Após uma breve pausa para o almoço, começaram as atividades da tarde, todas dedicadas ao projeto Meninas na Ciência da Computação (MCC), idealizado pelas professoras Josilene Aires e Giorgia Mattos, do Centro de Informática (CI) da UFPB. A partir de uma exposição leve e descontraída, o objetivo é mostrar que as mulheres podem e devem ocupar espaços na área da computação, que historicamente é ocupada majoritariamente por homens. A ideia é mostrar para as jovens as possibilidades dentro desta área.

Mais atividades

No segundo dia, as participantes do projeto dedicaram a manhã a entenderem como estruturar um bom currículo. Para isso, contaram com o auxílio da psicóloga Nayana Cavalcanti, representando o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), responsável por fazer a ponta de aprendizes e estagiários com empresas e indústrias que estão em busca destas jovens que querem realizar uma inserção no mercado de trabalho.

“Eu as ajudei a estruturar o currículo, mostrando as informações básicas e essenciais que devem constar nele, além do que não fazer. É uma maneira de orientá-las a mostrar a melhor versão delas para os possíveis contratantes de seus serviços”, enfatizou Nayana. Na sequência, a assessora de Projetos Sociais e Promoção dos Direitos Humanos, Jamilly Cunha, iniciou outra atividade, a do currículo social, em que as participantes do Emprega Margaridas fazem uma apresentação menos convencional, relatando suas vivências e experiências pessoais que podem agregar à construção de uma carreira exitosa.

À tarde, para encerrar a programação desta etapa, a servidora Neide Braga, integrante da Aspros, apresentou uma aula sobre Rotinas Administrativas e Ética do Trabalho. Foi uma oportunidade para apresentar o que acontece no cotidiano de um ambiente de trabalho, além de alertar sobre os problemas que podem surgir no meio do caminho, os deveres e os direitos das trabalhadoras e a proposta de uma reflexão sobre dilemas éticos envolvendo a atividade laboral.

Prêmio

O Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) foi destaque no Prêmio de Inovação Judiciário Exponencial 2023, entregue no dia 21 de novembro em uma cerimônia em Brasília, com a presença de autoridades de todo o sistema de justiça brasileiro. O regional paraibano ganhou na categoria Inovação Social, com o Programa Emprega Margaridas, que ofereceu em suas três primeiras edições formação e encaminhamento à empregabilidade a jovens negras, quilombolas e periféricas.

O projeto tem como principal objetivo a empregabilidade de jovens e mulheres em situação de vulnerabilidade social e moradoras de bairros periféricos e comunidades quilombolas. Por meio da oferta de capacitações e oficinas de diversas temáticas, como informática, oratória, técnicas de entrevistas de emprego e combate à discriminação, as participantes são preparadas para buscarem sua vaga no mercado e trabalho formal ou começarem a empreender.

Fonte: TRT13

Fonte: Portal CNJ

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