A Teia Estadual de Pontos de Cultura de Mato Grosso terminou nesta quarta-feira (10) após três dias de atividades dedicadas à articulação cultural. Realizada no Sesc Pantanal, em Poconé, a edição marcou a retomada do encontro após oito anos e contou com representantes de 89 organizações de diferentes municípios, entre eles Alta Floresta, Barra do Bugres, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Cáceres, Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste, Santo Antônio de Leverger, Tangará da Serra e Várzea Grande.

Diversidade e representatividade marcaram a programação, que reuniu pontos de cultura indígenas, ribeirinhos, quilombolas, coletivos do movimento negro, grupos urbanos de hip-hop e iniciativas voltadas ao teatro, música, literatura, dança, circo e artesanato. As atividades incluíram rodas de conversa, espaços formativos, debates temáticos e a eleição dos delegados que representarão
Mato Grosso na Teia Nacional, que acontecerá em março de 2026, em Aracruz (ES).

Representando o Ministério da Cultura (MinC), a coordenadora de Planejamento da Cultura Viva da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, Carolina Freitas, apresentou o cenário dos recursos federais destinados à Política Nacional de Cultura Viva (PNCV) no estado e nos municípios mato-grossenses. Os valores somam quase R$ 48 milhões e vem da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. “É um investimento inédito e que fortalece o trabalho que o setor cultural vem fazendo”, explicou.

Segundo a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, é preciso garantir a efetividade desses investimentos nos territórios. “Precisamos fazer com que esses recursos impactem a vida das pessoas e ampliem o acesso ao fomento cultural para aqueles que mais precisam e que estão mais à margem dessa política cultural, como os grupos da juventude, as culturas populares, as culturas indígenas, os povos e as comunidades africanas. Estamos juntos nessa luta, uma luta por uma política de Estado, por uma política que efetive direitos culturais”, reforçou.

Foto: Lennon Magno – Secel

Mato Grosso tem 136 organizações certificadas no Cadastro Nacional de Pontos e Pontos de Cultura, distribuídas em 38 dos 142 municípios do estado. São coletivos e entidades que desenvolvem ações artísticas, educativas e comunitárias em seus territórios. “É muito importante ter todo mundo concentrado nesse evento. A gente tem muito a ganhar ao ouvir de vocês tudo o que a gente precisa saber e aprender para fazer melhor. Quando a gente faz parte de um time maior, de uma rede, todo mundo se fortalece e traz a mensagem de que a cultura é um direito. O nosso papel aqui é levar isso para o governador”, afirmou o secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), David Moura.

Para ajudar a articular as ações de integração da rede mato-grossense, a Secel selecionou, por meio de chamamento público, três instituições chamadas de Pontões de Cultura, entre eles o Flor do Mato, de Tangará da Serra. “É na Teia que a gente se encontra para organizar, articular e definir as demandas da nossa rede. Aqui compartilhamos experiências, problemas e soluções, que podem ser levadas à política nacional de pontos de cultura, que é a Cultura Viva”, defendeu a diretora da entidade, Priscila Fernandes.

Também presente ao encontro, Walter Cedro, representando a Comissão Nacional de Pontos e Pontões de Cultura, reforçou a importância da organização coletiva e do diálogo constante entre instituições. Ele ressaltou que a participação ativa dos pontos é fundamental para garantir que demandas sejam formalizadas e que os recursos destinados à política cheguem ao seu objetivo. Para ele, a articulação entre Estado, municípios, MinC e rede é parte essencial do funcionamento do Cultura Viva e do processo que culmina na Teia Nacional.

A Teia Estadual encerrou-se com a sistematização das propostas elaboradas pelos participantes e com a confirmação dos delegados que representarão Mato Grosso na etapa nacional, fortalecendo o compromisso coletivo com a continuidade da política cultural no estado.