“O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”, diz o artigo 215 da Constituição Federal. No caso das crianças, há entendimento de que quanto mais cedo elas têm contato com a diversidade cultural, mais desenvolvem capacidade de empatia, respeito, solidariedade e conhecimento.
O Ciclo Curtas Infantis do Mercado Comum do Sul, no site Mercosul Audiovisual oferece, gratuitamente, inúmeros filmes curtas-metragens do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai para a criançada refletir sobre temas como paz e respeito ao meio ambiente. A plataforma gratuita é resultado de esforços da Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul (Recam), presidida a partir deste semestre pela secretária de Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), Joelma Gonzaga – já que o Brasil está à frente do Mercosul Cultural mete segundo semestre de 2023.
“A Recam tem discutido formas de fortalecer a circulação de conteúdos audiovisuais entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. E a Plataforma Mercosul Audiovisual surge como um importante canal para a difusão de conteúdos em formato digital, acessível à população dos quatro países. E queremos que essa janela se fortaleça cada vez mais, com a ampliação de catálogo e de público assistindo aos filmes”, defende Joelma.
Integrante do acervo voltado aos pequenos e adaptado de livro para curta-metragem, a história de “Teo, o menino azul”, do escritor Paulo Riani Costa, foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como uma obra que “representa um passo à frente na consolidação da Cultura de Paz no Brasil”, no ano 2000. Agora, na plataforma, ganha espaço de influência positiva para meninos e meninas da Argentina, Paraguai e Uruguai, países que, junto ao Brasil, integram o Mercosul.
“Estamos felizes por termos sido selecionados, pois isso ajuda na distribuição do filme e até com apoio em uma legendagem descritiva que a plataforma oferece para o nosso filme”, celebra o diretor do curta, Hygor Amorim, formado em Audiovisual pelo curso de Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O autor da história lembra que o livro foi lançado em 1991, na Bienal do Rio de Janeiro. A adaptação para as telas, conta o escritor, tem sido recebida “com entusiasmo pelos públicos infantil e adulto, afinal, a paz mundial é urgente para toda humanidade”. Em defesa de seus ideais, ele diz: “A única forma de buscar a paz e a preservação do meio ambiente é tocando os corações das pessoas.”
Catálogo
Além da natureza e do meio ambiente, a relação entre irmãos e o cotidiano de artistas de rua também são temas explorados.
“El árbol ya fue plantado” (Argentina, 2020), de Irene Blei, e “El chico león y la chica lechuza” (Brasil, 2017), de Renan Montenegro, tratam da relação entre homem e natureza. Já “4 bilhões de infinitos” (Brasil, 2020), de Marco Antonio Pereira, e “Sotavento” (Venezuela, 2022), de Marco Salaverría Hernández, contam histórias de irmãos. “O Malabarista” (Brasil, 2018), de Iuri Moreno, por sua vez, retrata a vida de artistas de rua. Com acessibilidade em espanhol, temos o brasileiro “Me llamo Maalum”, de Luísa Copetti.
Acessibilidade
A plataforma ganhou duas novas versões com audiodescrição e legendas para deficientes visuais e auditivos, em Guarani. As obras são “Clara de Huevo”, de Sol Infante Zamudio e Andrea Treszczan Azar, do Paraguai, e “Esta lana es mía”, de Duilio Gatti, do Uruguai.
As duas animações já estavam disponíveis com acessibilidade em espanhol e português. Com as novas versões, todos os curtas-metragens do ciclo agora contam com acessibilidade em Guarani, um dos idiomas oficiais do Mercosul.
A inclusão de audiodescrição é um marco importante para a região, já que amplia o alcance dos conteúdos.
Leia aqui Teo, o menino azul.
Fonte: Ministério da Cultura