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Paulinho da Viola atrai fãs de samba e de choro para a terceira noite do Festival da Cultura

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A terceira noite do Festival da Cultura reuniu os apreciadores da música popular brasileira no show gratuito de Paulinho da Viola. Conhecido como “príncipe do samba”, o músico está celebrando 80 anos de idade com uma turnê especial e brindou o público de Brasília com os clássicos da carreira. A plateia, que esgotou os ingressos, fez coro para cantar “Dança da Solidão”,  “Foi um Rio que Passou em Minha Vida” e “Pecado Capital”, grandes sucessos do cantor.

Paulinho foi anunciado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes. Ela subiu ao palco para também comemorar a aprovação do marco regulatório do Sistema Nacional de Cultura (SNC). O projeto de lei, uma demanda antiga do setor, foi votado nesta quarta (6) no Senado Federal.

“Desde a primeira conferência existe o apelo pelo Sistema Nacional de Cultura. Hoje foi aprovado no Congresso! Isso vai fazer toda diferença para a gente organizar o fomento. Será o nosso SUS da cultura em todo o país. Todos terão fomento, todas as cidades e todos os estados. Dar essa notícia na nossa Conferência é de uma grande felicidade para todos nós. Viva a cultura brasileira! Isso vai criar uma estabilização para que nunca mais ninguém ouse tirar o Ministério da Cultura do povo brasileiro!”, comemorou a ministra. 

Mistura de ritmos

O segundo show da noite também animou os fãs de pagode e de Hip-Hop. Salgadinho, que foi vocalista do grupo Katinguelê no anos 1990, convidou o rapper Renegado para encerrar o terceiro dia do Festival da Cultura. Os dois cantores, representantes da cultura urbana brasileira e oriundos da periferia, fizeram questão de celebrar os avanços no setor.

Renegado participou das outras conferências como delegado, debatendo políticas de cultura, e contou da alegria de agora presenciar a consolidação do SNC. “Cultura sem fomento é só entretenimento. Nós estamos falando da cultura que muda a vida das pessoas, da perspectiva da oportunidade. A gente tem que dar acesso para que as pessoas possam mudar a própria história”, defendeu o rapper.

Salgadinho também comemorou. “A cultura voltou para um espaço que nunca deveria ter saído. Fazer parte disso pra mim é uma grande honra”.

Conexões

No terceiro dia da 4ª Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC), conexões e redes também já começam a se desenhar. Delegados, convidados e pessoas observadoras de todas as partes do país se encontram e descobrem objetivos semelhantes. Os espaços reservados para expressões artísticas, como o Som na Rural, muitas vezes, manifestam essas interações.

Heloísa Almeida é delegada eleita por Minas Gerais. Cantora, ela fez uma apresentação espontânea, ao lado de músicos que conheceu na 4ª CNC. “Aqui eu fui fazendo uma rede. Eu não conheço ninguém que cantou comigo, eu conheci ontem, a gente foi trocando ideias e montamos esse show. Enquanto cantora, eu me sinto uma pessoa muito feliz de estar aqui. Minhas lutas não são fáceis, sou uma mulher preta e periférica. Nós não somos um povo de prioridade. Então, sobre o Som na Rural, eu achei muito necessário, muito linda essa proposta para nós, artistas”, comemorou. 

Além da música, a poesia também uniu pessoas no palco da 4ª CNC. Um encontro entre o poeta Antônio Marinho e o mestre de maracatu Anderson Miguel emocionou os participantes que acompanharam atentos os versos. Para Marinho, que participou também da cerimônia de abertura da Conferência, o evento aponta para o futuro que se espera da cultura, depois de tantos anos sem planejamento para o setor. “A gente estava completamente à deriva e não tinha constelação para dizer para onde ir. Não tinha horizonte, não tinha sol, não tinha céu. E a Conferência é isso. A gente tem céu de novo. Daqui para o céu, tem muito caminho para andar, tem muita coisa para se construir. Mas a gente tem onde olhar e a gente tem a certeza que não está olhando sozinho. Tem muita gente olhando para esse mesmo lugar, com a mesma crença, com a mesma verdade, a mesma luta, o mesmo ofício”, celebrou o poeta.

Realização

A 4ª CNC é realizada pelo MinC e pelo Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), e correalizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI). Além disso, conta com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil).

O Festival da Cultura, que também integra a programação, é apresentado e patrocinado pelo Banco do Brasil, com realização do MinC e do CNPC, correalização da OEI e apoio da Flacso Brasil.



Fonte: Ministério da Cultura

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