11.5 C
Brasília
- PUBLICIDADE -
InícioBrasilCulturaO Diário de Rafael: autor diagnosticado com paralisia cerebral lança biografia com...

O Diário de Rafael: autor diagnosticado com paralisia cerebral lança biografia com apoio da Lei Paulo Gustavo

Publicado em

Rafael Souza, de 25 anos, diagnosticado com paralisia cerebral, acaba de lançar o livro O Diário de Rafael. A obra reúne relatos sobre sua trajetória pessoal e acadêmica e foi viabilizada por meio do projeto “Superando Limites: A História de Rafael”, contemplado pelo Edital Demais Áreas Nova Itarana (004/2024) com recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG).

O livro aborda desde a infância de Rafael, que é natural de Nova Itarana, na Bahia, enfatizando a importância da representatividade de pessoas com deficiência. A narrativa também destaca a importância da família, especialmente de sua mãe, Maria, no acesso à educação e no enfrentamento de barreiras sociais.

“Quando comecei a escrever no celular, percebi que colocar meus sentimentos em palavras era uma forma de organizar tudo o que vivi. Queria compartilhar minha história e incentivar outras pessoas a acreditar que é possível seguir em frente”, afirma o autor.

Após o lançamento, Rafael pretende divulgar a obra em eventos, escolas e projetos sociais. Segundo ele, a publicação é apenas o início de uma nova etapa de sua atuação como autor e palestrante.

“Quero levar o livro a diferentes espaços, compartilhar minha história e mostrar que todos têm o direito de construir seus próprios caminhos”, revela.

Para Rafael, a experiência reforça a importância de investimentos públicos em cultura. “Quando o poder público investe em cultura, ele investe em transformação social. Minha história é apenas uma entre tantas que merecem ser contadas”, conclui.

Foto: Arquivo Pessoal/ Divulgação

Acessibilidade cultural

Em sua avaliação, a literatura pode contribuir para a valorização de diferentes vivências e para a construção de uma sociedade mais plural. “Um livro pode fazer alguém entender o que é empatia, pode ensinar uma criança a respeitar as diferenças desde cedo, pode emocionar um adulto e abrir caminhos de inclusão onde antes só havia silêncio”, relata.

A coordenadora de Acessibilidade Cultural da Secretaria de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura (Sefli), Aline Zeymer, reforça que políticas públicas devem garantir protagonismo às pessoas com deficiência na cultura.

“Por muito tempo, as histórias das pessoas com deficiência eram contadas por outras pessoas que, muitas vezes, as retratavam com estereótipos, o que reforçava o capacitismo. A Sefli acredita que as políticas de acessibilidade cultural devem oportunizar que as pessoas com deficiência produzam suas histórias a partir do seu modo de ser, estar e vivenciar o mundo e apresentar à sociedade uma nova percepção da deficiência longe do romantismo, do assistencialismo e dos estereótipos”, explica.

Rafael também relembra as dificuldades que enfrentou até o lançamento da obra. “Eu lembro das vezes que me disseram que eu não ia conseguir. E hoje eu estou aqui, com meu livro nas mãos, contando minha história, inspirando pessoas e vivendo sonhos que pareciam tão distantes”, recorda o autor.

“A leitura educa, toca e transforma o olhar. Quando a gente conta a nossa história, abre espaço para outras que muitas vezes não são lembradas. Cada livro publicado é uma oportunidade de ampliar o respeito às diferenças”, destaca.

Incentivo cultural

O projeto recebeu apoio financeiro por meio da Lei Paulo Gustavo, política pública voltada ao fomento da produção cultural em todo o país. Para Rafael, esse tipo de incentivo é fundamental para ampliar o acesso de diferentes grupos sociais à literatura.

“A Lei Paulo Gustavo e a Política Nacional Aldir Blanc – PNAB fortalecem a acessibilidade cultural por meio de ações afirmativas e medidas de acessibilidade nos projetos culturais, garantindo a participação de pessoas com deficiência em toda a cadeia produtiva do projeto cultural”, enfatiza Aline sobre o fortalecimento causada na participação das pessoas com deficiência em toda a cadeia produtiva cultural pela legislação.

“Sem esse apoio, talvez o livro ainda estivesse guardado no meu celular. Políticas públicas de fomento à cultura são essenciais para que histórias diversas cheguem ao público”, ressalta Rafael.



Fonte: Ministério da Cultura

Comentários

- PUBLICIDADE -

Últimas notícias

- PUBLICIDADE -

Você pode gostar