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No Sul, Lei Paulo Gustavo movimenta o setor cultural

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“A Lei Paulo Gustavo foi extremamente importante para nós. Alavancou a produção cultural na nossa cidade. Fez o dinheiro chegar na ponta”, assegura a mediadora de leitura Camila Miotto, de Chapecó, Santa Catarina, idealizadora e proponente do projeto “Livros e Histórias na Escola com a BiblioBike”, contemplado pela Lei. 

Em março, a bicicleta-biblioteca composta de guarda-sol, vitrola e acervo com mais de 300 obras, estacionou em escola estadual do município catarinense. Foram feitas quatro intervenções literárias. Nelas, os alunos puderam ouvir histórias e mergulhar no mundo dos livros, em sessões com tradução simultânea em Libras. No total, participaram dos encontros 240 estudantes. Como contrapartida, no encerramento de cada um deles foram realizados bate-papos. 

O intuito é promover o incentivo à leitura e a introdução dos livros no dia a dia das crianças de forma lúdica.  

O repasse para a ação foi de R$ 20 mil, por meio de edital da LPG do governo estadual. “Não fosse a Lei, a escola não teria recebido o projeto”, argumenta Camila, responsável pela ação juntamente com a produtora Luciéle Pompeo, ambas da Lamparina Cultural.

O projeto é fruto da BiblioBike, criada em 2016 e que promove contação e mediação de histórias em parques, praças e escolas. Desde então, a biblioteca sobre rodas já passou por 50 cidades de Santa Catarina, alcançando 40 mil pessoas, em mais de 300 atividades.

Ao final, a biblioteca local é presenteada com um kit de livros. Também é deixado um diário para as crianças, incentivando a visita ao espaço e a leitura das obras. “O objetivo é tornar a literatura mais próxima das pessoas”, explica Luciéle.

A Lei Paulo Gustavo beneficiou outros dois projetos oriundos da iniciativa, ambos em editais municipais: “2ª temporada da BiblioBike no YouTube”, série de vídeos com dicas literárias, com R$ 15 mil; e “Mediação de Leitura: uma Ferramenta para Aproximar Leitores dos Livros”, duas capacitações para até 400 professores da rede pública de Chapecó, que recebeu R$ 16 mil. 

Dos R$ 523 milhões da Lei Paulo Gustavo para manifestações artísticas e culturais na Região Sul, R$ 125 milhões foram destinados para Santa Catarina – R$ 60,19 milhões para o estado e R$ 64,8 milhões para os municípios.

De acordo com o painel de dados da LPG, 80,6% dos recursos para o estado já foram executados, e 66,7% pelas cidades.

O coordenador do Escritório Estadual do Ministério da Cultura em Santa Catarina, Alexandre Gouveia, enfatiza o empenho dos agentes culturais para o bom desempenho. “Essas ações mostram a amplitude cultural de Santa Catarina. Se nós somos também um estado europeu, porque temos uma rota turística e elementos culturais que corroboram com isso, somos também o estado do povo Xokleng, do povo Kaingang, do povo Guarani, do povo quilombola, onde temos mais de 22 comunidades remanescentes de quilombo. É a possibilidade de reconstruir essa identidade do povo do contestado também, que é um povo que luta, que é um povo que transforma”.

E vai além: “Nesse sentido, o Escritório fez um esforço com a parceria das operativas da Lei Paulo Gustavo estadual e regionais e a Federação Catarinense de Municípios, por meio do Conselho dos Gestores Municipais de Cultura. É uma alegria termos alcançando esse resultado, e com a perspectiva de que essas ações e políticas serão aprofundadas ainda mais com a implantação da Política Nacional Aldir Blanc”.

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Foto: Divulgação

Fronteira

Em Jaguarão, Rio Grande do Sul, na fronteira entre Brasil e Uruguai, o produtor cultural Santiago Passos dá andamento na pré-produção do videoclipe poético-musical Casa de Rio, que obteve R$ 5 mil da LPG, via edital municipal, para sua concretização.

A inspiração é a canção do compositor Martin César, tema do curta-metragem documental de mesmo nome, lançado em 2022, sobre a antiga residência da família de Santiago, na margem do Rio Jaguarão. “Existem várias casas de rio por aqui e que contêm particularidades que separam os dois países”, explica Santiago.  “Tudo o que a gente faz tem esse diálogo entre Brasil e Uruguai”, completa ele, que desenvolve o trabalho audiovisual por meio da Casa Azpiroz, produtora que mantém com a companheira, Ana Julia de Freitas.

Para o Rio Grande do Sul, o repasse da Lei Paulo Gustavo foi de R$ 195,2 milhões – R$ 91,4 milhões para o estado e R$ 103,7 milhões para os municípios gaúchos. Do valor recebido, as cidades já executaram 60%, enquanto o estado utilizou 1,3%.

Segundo o produtor, a Lei movimentou o setor cultural na cidade. “Fez com que os agentes participassem das discussões e se inteirassem sobre onde os valores foram aplicados. Também atraiu um número grande de pessoas, ajudando muita gente. Agora, os projetos estão sendo executados. Vai dar um retorno positivo”, avalia. “Antes, tínhamos que fazer ‘vaquinhas’ para levar nossas ideias adiante”, lembra.

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Foto: Daniel Festa/DuoFesta Fotografias

Circo

Integrante da quarta geração de uma família de artistas circenses do Paraná, com mais de 28 anos de atuações no picadeiro, o diretor Robert Salgueiro, conhecido como Palhaço Picolé, conseguiu, graças à Lei Paulo Gustavo, tornar realidade um programa para a internet comandado pelo personagem. O proponente do Picolé Show obteve R$ 70 mil, por meio de edital da Prefeitura de Ponta Grossa.

O Picolé Show já teve nove episódios exibidos no canal do personagem no YouTube, e o último está em produção. “É uma atração com temática circense, desde o cenário até o apresentador, com ludicidade e cores. Também tem como inspiração os antigos programas de auditório, com atrações artísticas, musicais, show de talentos e de comédia e muita diversidade cultural”, conta Robert, que é idealizador da atração ao lado de sua companheira, Geovana de Abreu.

O Paraná foi contemplado pela LPG com R$ 203,4 milhões, sendo R$ 98,4 milhões para o estado e R$ 104,9 milhões direcionados aos municípios. As cidades já utilizaram 61,4% do valor a elas destinado, e o estado, 18,6%. 

A Lei disponibilizou R$ 2 bilhões aos estados e R$ 1,8 bilhão às cidades brasileiras, totalizando R$ 3,8 bilhões. O recurso é proveniente do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e do Fundo Nacional de Cultura (FNC).

“A Lei Paulo Gustavo vem possibilitando que muitos sonhos e projetos saiam do papel, com impacto positivo na criatividade cultural dos municípios, incentivando os artistas a criarem conteúdos que serão disponibilizados para as comunidades”, analisa Robert. “Estamos vivendo um momento histórico para o setor artístico cultural no Brasil com esta lei que permite darmos um passo muito importante para as artes”, finaliza Robert.



Fonte: Ministério da Cultura

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