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Mulheres, territórios e sabores tomam conta do terceiro dia do MICBR+Ibero-América em Fortaleza

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Fortaleza amanheceu atravessada por vento, mar e arte no terceiro dia do MICBR+Ibero-América 2025, nesta quinta-feira (5). De showcases a oficinas gastronômicas, passando pelo Festival Elos, o dia foi dedicado a mostrar, na prática, o que a economia criativa pode fazer.

No palco do showcase de Hip-Hop, quem comandou foi a força feminina. À frente do coletivo Gangsta e Poesias, Tuca Lelis e Lauren Priscila representaram o grupo formado por onze mulheres paulistanas que transformam música, rap e teatro em ferramenta de cura e enfrentamento. Apresentando músicas autorais, as letras falam de machismo, feminismo, autocuidado e enfrentamento à homofobia. A apresentação no showcase, dizem elas, é mais do que repertório. “Queremos tocar o coração do público. Plantar uma semente. A arte abre portas que a fala dura nem sempre consegue abrir”, disse Tuca.

O Gangsta e Poesias também entende seu lugar na economia criativa. “Vivemos exclusivamente da música, sustentamos nossas famílias com esse trabalho. É renda, é emprego, é transformação. O MICBR é uma porta enorme que Deus abriu pra gente” complementou a rapper. No MICBR pela primeira vez, o coletivo participou das rodadas de negócios e saiu animado. “Conversamos com pessoas da Colômbia, de Salvador e do Rio. Todas se identificaram muito com o projeto. Pediram material, sinalizaram interesse. Foi um ótimo primeiro contato”, contou animada e ansiosa para apresentarem seu show.

Além do coletivo, se apresentaram no palco do Anfiteatro do Centro Dragão do Mar Áurea Semiseria, Jander Manauara, Thabata Lorena, Mana Moa Mc e Nubian Zayana.

Também na programação do dia, a dança chegou como território de memória e movimento. Vinda de Maceió, a bailarina e pesquisadora Joelma Ferreira apresentou o solo Cheia, inspirado nas mulheres negras e, especialmente, nas filhas de Oxum. “Esse trabalho nasce de uma pesquisa do meu mestrado. Desenvolvi uma dramaturgia própria para construir esse corpo cênico”, conta. “O que me move é a população negra, sobretudo as mulheres negras. E as danças populares brasileiras. Elas carregam uma técnica imensa que merece ser valorizada na cena contemporânea”, acrescenta a artista.

Para Joelma, estar no MICBR+Ibero-América pela primeira vez é uma conquista profissional e pessoal. Com 15 anos de carreira, formada na Companhia dos Pés, ela agora vive um novo papel, o de artista que negocia, vende, apresenta e articula sua obra no mercado. “As conversas nas rodadas têm sido riquíssimas. Recebo retornos sobre acessibilidade, forma de apresentação, novas possibilidades. São aportes que eu talvez não tivesse pensado sozinha”, e agora, apresentandoo seu show no espaço, acredita receber ainda mais retorno de seu trabalho. “É mágico apresentar aqui. É uma janela gigante para quem vem de Maceió. Estar aqui, ser vista, isso abre caminhos”, disse.

No Teatro do Dragão do Mar, também se apresentaram: Corpo de Dança do Amazonas, Carolina Azambuja, com “Beleza da Carne”, Elídio Netto, com “Batinga”, Eduardo Severino e Mestra Maria de Tiê.

Cozinha Show

Se a arte moveu o dia, a gastronomia completou a experiência. Em parceria com o MICBR+Ibero-América, o Senac Fortaleza estacionou sua carreta no Dragão do Mar e transformou o espaço em uma cozinha show com receitas que homenageiam os ingredientes do território cearense. Sob a condução do chef Anderson Alves, o público aprendeu a preparar:
• Arroz cremoso com jerimum
• Bolo de amendoim com caramelo salgado e praliné de castanha de caju
• Biscuit de coco com cocada cremosa

A supervisora pedagógica Waltemara Leite explica que a escolha dos pratos foi pensada para valorizar a culinária regional. “Como o evento acontece em Fortaleza, trouxemos ingredientes tradicionais, como jerimum e carne de sol”, explicou.

As oficinas têm também um caráter formativo. “Participamos ontem e hoje com três oficinas por dia. É um trabalho que mostra ao público como a gastronomia é parte essencial da economia criativa”, diz Waltemara.

Festival Elos

A sétima edição do Festival Elos, pela primeira vez apresentado como Elos MICBR+Ibero-América, levou à Praia de Iracema nove shows no Palco Acelera MICBR, no Centro Cultural Belchior, que hoje recebeu os grupos Cordas que Falam, Orlângelo, Clau Aniz, Mulher Barbada, Máquinas, Batuta, Clarisse Aires, Camaleoa e Belinho da Silva.

O festival, totalmente gratuito, espalha sua programação pelos palcos Elos, Aparelhagem e Acelera e, 2025, unificando linguagens e públicos em uma grande celebração da diversidade cultural de Fortaleza. A parceria inédita com o MICBR amplia o alcance dos eventos para promover intercâmbio, desenvolvimento e inovação.

Até dia 7 de dezembro, o MICBR+Ibero-América segue aproximando pessoas e abrindo caminhos para todos os setores da economia criativa do Brasil e da Iber-América.

Saiba mais sobre o MICBR+Ibero-América 2025 aqui.

MICBR+Ibero-América

A edição 2025 é uma realização do Ministério da Cultura, correalização da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), do Governo do Estado, por meio da Secult Ceará, e Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secultfor.



Fonte: Ministério da Cultura

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