“Essa primeira reunião do Grupo de Trabalho de Cultura do G20 marca o retorno definitivo do Ministério da Cultura e do Brasil para a cena da discussão de políticas culturais no mundo”, disse, em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (14), o coordenador do Grupo de Trabalho de Cultura do G20 e chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MinC, Bruno Melo. A atividade durou dois dias e foi aberta na quarta-feira (13) pela ministra da Cultura, Margareth Menezes.
O encontro virtual, promovido no prédio da Regional Brasília do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), uma das sedes do G20 no Brasil, contou ainda com a participação de delegações dos 19 países membros do G20, mais União Africana e União Europeia, oito representantes de países convidados e 12 organizações internacionais.
O coordenador do GT de Cultura fez um balanço da atividade. “Foi uma reunião proveitosa, onde podemos ouvir as contribuições de todos os países. Falamos sobre a importância da cultura como bem público global e também como a grande potência na economia, na geração de empregos. E da importância que temos de trabalhar os mecanismos de produção, dos direitos dos trabalhadores, da cultura em ambiente internacional. E ainda sobre promovermos ações culturais voltadas para a paz e o diálogo”.
E completou: “A intenção do Brasil é ter alguns resultados para a gente poder chegar no final dessa presidência com algo concreto para ter entre os países, mas também uma visão de continuidade do trabalho feito nas versões anteriores desta reunião”.
“A atividade teve grande adesão. No primeiro dia foram 107 delegados representando os países, e 103 no segundo. Cabe destacar ainda a participação de organizações internacionais que dialogam com os temas da América do Sul. Tudo isso deve impulsionar os debates até o final do ano”, analisou o co-coordenador do GT e coordenador-Geral da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MinC, Vinícius Gurtler.
Nas sessões da reunião foram abordadas as áreas prioritárias, os eixos que irão nortear as ações do GT em 2024: diversidade cultural e inclusão social; cultura, ambiente digital e direito autoral; economia criativa e o desenvolvimento econômico sustentável e preservação e salvaguarda e promoção de patrimônio cultural e memória.
“A discussão sobre o desenvolvimento sustentável e a importância da cultura nessa relação para a solução de alguns problemas da crise climática mundial são questões novas nas quais obtivemos boa acolhida. Já na área da diversidade cultural e inclusão social tivemos acordos e propostas que vão de encontro à proposta brasileira de que os países se unam em um grupo da ação climática baseada em cultura”, explicou Bruno.
Ele destacou ainda os debates em torno da cultura e ambiente digital. “Foi bem recebida pela maioria dos países a necessidade de se discutir a remuneração de artistas no ambiente digital e também o papel da inteligência artificial na cultura e como lidar com esses desafios”.
Em relação ao tema do patrimônio cultural, Bruno diz que “houve consenso sobre a importância de combater o tráfico de bens culturais. Os países não apenas citaram apoio a essa prioridade, mas também ações concretas que estão fazendo no sentido de combater o tráfico de bens culturais e de trabalhar pela restituição de bens culturais”.
Este é o quarto ano de reuniões de Cultura no G20 – grupo composto pelas 20 maiores economias do mundo. A primeira foi em 2021, sob a presidência da Itália. Depois foi a vez da Indonésia, Índia, e, agora, do Brasil – o país assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 em 1º de dezembro de 2023 e permanece no posto até 30 de novembro deste ano. O lema do mandato brasileiro é “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.
O próximo encontro do GT de Cultura será promovido em Brasília, em formato presencial, nos dias 28 e 29 de maio. Na sequência estão previstas outras reuniões de trabalho durante a presidência brasileira do G20.
Fonte: Ministério da Cultura