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MinC e Instituto AbraPalavra realizam projeto para identificar e conectar Pontos de Cultura e de Leitura pelo Brasil

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O Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade (SCDC) e da Secretaria de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura (Sefli), e o Instituto AbraPalavra – reconhecido no ano passado como Pontão Nacional de Cultura – promovem, por todo Brasil, um mapeamento de Pontos de Cultura certificados e uma mobilização junto a entidades e coletivos que desenvolvem ações ligadas à área de livro, leitura e literatura.

De 2024 até agora já foram identificados 2693 pontos de cultura nos 27 estados do Brasil, entre bibliotecas comunitárias, saraus literários, grupos de slam e de contação de histórias. Ao final do projeto, será gerado um mapa de georreferenciamento e um seminário com discussões sobre o tema.

O Instituto, além de ser um pontão, possui a Escola Livre de Estudos da Narração Artística (Elena), que faz parte da Rede Nacional de Escolas Livres de Artes

“É um convite para que contem a sua história: se são bibliotecas comunitárias, se não são, se têm acervo, quais atividades realizam, se tem uma sede própria, se são itinerantes. A gente quer conhecer para depois fazer um grande mapa georreferenciado, em que as pessoas possam identificar e entender onde esses Pontos de Cultura e de Leitura estão”, explicou a gestora cultural e presidente do Instituto AbraPalavra, Aline Cântia.

O trabalho é realizado em duas frentes: mapeamento e mobilização. Na primeira etapa, a ação chamada Ô De Casa, Você é Cultura Viva?, vai mapear e reconhecer, em todo Brasil, bibliotecas comunitárias e outras ações literárias que já são Pontos de Cultura certificados, no segmento de livro, leitura e literatura. Os interessados devem preencher um questionário virtual disponível em link. A proposta é dar visibilidade aos espaços, equipes e ações, identificando ainda suas conquistas e desafios. “Vamos organizar os dados, criar conexões e encontros e produzir um mapa georreferenciado”, comenta Aline Cântia.

Ainda durante o mapeamento e mobilização, serão realizadas as campanhas Biblioteca Comunitária é Cultura Viva e Você é Cultura Viva e não sabia! A primeira tem o objetivo de reforçar a importância das bibliotecas comunitárias como espaços de promoção da leitura e cultura.

“Vamos destacar que uma biblioteca comunitária é, por essência, um Ponto de Leitura, e para aprofundar essa compreensão, planejamos entrevistar representantes do Ministério da Cultura e da Secretaria de Formação, Livro e Leitura”, comenta a gestora. Já a segunda proposta é contribuir para que coletivos e entidades ligadas ao livro e leitura – que não necessariamente são bibliotecas – percebam sua importância e se reconheçam como ponto de cultura. “Queremos expandir a rede, com a mobilização de grupos que podem ingressar na Cultura Viva, como bibliotecas comunitárias, as batalhas de slam, os saraus e os contadores de história”, diz Aline.

Para esta etapa, um questionário virtual está disponível no link

O mapeamento dos Pontos de Cultura por estados e temáticas nacionais é uma das metas estabelecidas para as 42 entidades selecionadas pelo Ministério da Cultura no Edital de Fomento a Pontões de Cultura – a Cultura Viva do Tamanho do Brasil.  

A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC), Márcia Rollemberg, fala da importância da iniciativa.

“O Instituto AbraPalavra faz parte da rede nacional de 42 Pontões de Cultura. A entidade parceira do Ministério da Cultura contribui de forma significativa reativando e ampliando os Pontos de Cultura que atuam com a temática de livro e leitura no país. É uma alegria ver o trabalho que estão desenvolvendo e toda a potência da sociedade civil em trabalhar lado a lado do governo para fortalecer essa política, que faz 20 anos e amplia o acesso da população ao exercício de seus direitos culturais. E completa: “a gestão participativa e compartilhada com a sociedade civil está no DNA da Cultura Viva. O AbraPalavra, junto com um Comitê Gestor formado por oito representantes de todas as regiões do país e 20 jovens Agentes Cultura Viva, está tecendo novos nós dessa rede literária no Brasil, fortalecendo uma ação estruturante da política cultural de base comunitária”, afirma. 

O Instituto AbraPalavra integra essa rede como o Pontão Nacional Temático – Livro, Leitura e Literatura. “A gente quer ampliar com as bibliotecas comunitárias esse conceito de que a biblioteca já é em essência um ponto de leitura e, portanto, cultura viva. E que elas fazem parte de uma ação maior. Então, o trabalho do AbraPalavra como pontão para a identificação e a articulação dos pontos é fundamental para uma comunicação de mais qualidade com essas associações, formando uma cultura de rede, uma teia da leitura”, diz Jéferson Assumção, diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas da Sefli (MinC).

Ele acrescenta que a iniciativa do AbraPalavra tem grande importância se considerada a diversidade cultural do país, mas também os desafios construídos pela desigualdade. 

“Foi proibido fazer livro no Brasil por 300 anos e vivemos 400 de escravidão. É um país que passa da pré-modernidade para uma pós, sem viver a modernidade – em que o grande instrumento é o livro. A gente salta da oralidade, sem passar pelo livro que é o lugar dos grandes encadeamentos lógicos e estéticos, da leitura reflexiva, das conexões capazes de articular um pensamento complexo. Por isso a importância da atuação da sociedade civil.  

O diretor acrescenta que o Abrapalavra estuda a narração, a história oral, a vivacidade do mundo da oralidade, mas passando também pela leitura dos livros. O digital é só mais uma maneira de se relacionar, não acredito ser um entrave. De uma tábua de argila a um tablet, ambos são suportes de leitura, o que importa é o hábito e a leitura cultural”, afirma. 

Cultura Viva 20 anos: a retomada 

Na mesma época, BH saiu na frente como a primeira capital a instituir a política cultura viva no município, momento em que o AbraPalavra também é reconhecido como Pontão de Cultura. “Foi quando iniciamos a primeira ação do projeto de mapeamento e caracterização dos Pontos de Leitura no país. Partimos de uma lista de 6.000 pontos de cultura e verificamos, num primeiro momento, quais eram relacionados à área de Livro, Leitura e Literatura. A gente começou a fazer os diagnósticos para conhecer os desafios, mas também entender quais são os grupos e coletivos que desenvolvem atividades formativas e culturais permanentes”, explica. 

O projeto conta ainda com a parceria do Departamento de Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que neste primeiro momento, atua na elaboração e planejamento da pesquisa, e que, ao final do levantamento, fará parte da análise dos dados coletados. Para a coordenadora do departamento, Edna Afonso Reis, para além do trabalho com o ensino e a pesquisa, atuar no projeto é uma maneira de contribuir para a sociedade.

“Como professora e leitora, penso ser cada vez mais importante o destaque e apoio a projetos que buscam o aumento do gosto e hábito de leitura, especialmente entre jovens. No mundo atual da comunicação em ‘140 caracteres’ e emojis das redes sociais, a leitura é a ferramenta essencial para o desenvolvimento da habilidade de escrita, comenta a chefe do Departamento da Universidade”, comenta Maria Clara. 

Atualmente, estão envolvidos na realização do mapeamento, 20 Agentes Cultura Viva (jovens de 18 a 24 anos) de oito estados. Ygor Gohan de Paiva Faria, 23 anos, estudante de letras da UFMG, atua no projeto como agente jovem de comunicação, realizando a gestão do Instagram, a criação de roteiros e textos com o objetivo de convidar os Pontos de Cultura do Brasil a participar da campanha de mapeamento.

“O AbraPalavra é como uma inspiração para mim. Tenho aprendido muito a partir da experiência dos gestores do AbraPalavra que já participaram ou idealizaram projetos em diversas partes do Brasil e do mundo. Ao mesmo tempo, percebo como contribuímos como agente jovem, ao trazer atualização das mudanças que estão acontecendo no mundo”, acredita.  



Fonte: Ministério da Cultura

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