De 24 a 26 de novembro, a Fundação Casa de Rui Barbosa será ponto de encontro de cordelistas, pesquisadores, xilógrafos e artistas populares do Brasil e de outros países. Ao sediar o I Congresso Internacional de Literatura de Cordel e o II Congresso Brasileiro de Literatura de Cordel, a instituição receberá debates, apresentações culturais, exposição de acervos e atividades que valorizam a palavra, a imagem e a transmissão de saberes próprios dessa tradição. A programação terá início no dia 23, às 16h, com uma abertura simbólica e confraternização na Feira de São Cristóvão, lugar histórico de encontro da cultura nordestina na cidade do Rio de Janeiro.
Já na Casa Rui, ao longo dos três dias, o Congresso reúne produção acadêmica, tradição oral e criação contemporânea. São 17 mesas e mais de 80 trabalhos apresentados por pesquisadores, poetas, artistas e mestres da cultura popular vindos de diferentes regiões do país. A programação se expande para além das mesas, atravessando palavra, imagem e território, incluindo uma apresentação musical promovida pelo Instituto Cultural da Feira de São Cristóvão, homenagens a nomes referência no cordel e na gravura popular e a aula-espetáculo Entre o Romanceiro e a Canção Popular com o escritor e poeta Bráulio Tavares.
“Serão mais de 80 trabalhos apresentados mostrando a força da literatura de cordel. Os temas são variados, de educação a saúde, de mulheres a diversidade, de sexualidade até as histórias dos poetas. Um panorama nacional e internacional de uma arte que cada vez mais provoca interesse na sociedade”, destacou Ana Lígia, curadora do evento e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos da FCRB.
O presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini, destaca: “A Fundação Casa de Rui Barbosa abriga um dos maiores acervos de literatura de cordel do Brasil, com cerca de 10 mil folhetos, incluindo exemplares raros que são fundamentais para as pesquisas. Esse acervo não apenas preserva a memória histórica e cultural de uma expressão artística essencial para a identidade popular brasileira, mas também oferece uma base sólida para estudos críticos e intercâmbios acadêmicos. O congresso representa um momento crucial para reunir poetas, pesquisadores, xilógrafos e demais agentes culturais, promovendo um debate aprofundado sobre as transformações, os desafios e as novas perspectivas da literatura de cordel.”
Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2018, a Literatura de Cordel mobiliza práticas de criação, circulação e memória que articulam poesia, oralidade, crítica social e produção visual. Essa forma de expressão permanece viva em feiras, mercados populares, saraus, escolas e redes de pesquisa, constituindo um campo cultural dinâmico que atravessa gerações e territórios.
“O evento tem esse espírito e importância: de estabelecer um ambiente de reflexão e de apresentação de temas, demandas e sugestões para que possamos qualificar, ainda mais, a política pública, com apoio aos processos de criação, mas também de difusão, circulação e pesquisa, não só na literatura de cordel, mas também da cantoria, embolada, xilogravura”, aponta o secretário de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura (Sefli) do MinC, Fabiano Piúba.
As homenagens desta edição reconhecem a contribuição de cinco importantes figuras do cordel brasileiro: a maranhense poetisa de cordel Rosário Pinto; Crispiniano Neto, pesquisador e articulador cultural no Rio Grande do Norte; Erivaldo Ferreira, poeta, xilógrafo e editor; Franklin Maxado, poeta, ilustrador, pesquisador e divulgador da literatura de cordel em feiras, escolas e espaços culturais do país e Auritha Tabajara, primeira autora indígena de livros de cordel.
A realização do Congresso na Casa Rui se articula diretamente ao papel histórico da instituição na preservação, pesquisa e difusão da Literatura de Cordel. A Fundação abriga um dos maiores acervos do gênero na América Latina, com mais de nove mil títulos entre folhetos, matrizes xilográficas, correspondências, registros de cantorias, documentação de pesquisa e materiais produzidos por poetas, editores e artistas populares. O núcleo inicial desse acervo foi constituído na década de 1960, a partir das coleções de Manuel Diegues Júnior, Orígenes Lessa e Manoel Cavalcanti Proença. Entre as obras preservadas estão o folheto A vida de Antonio Silvino (1905), de Francisco das Chagas Baptista, considerado um exemplar raro e referencial, além de edições originais de Leandro Gomes de Barros, figura central da tradição do cordel. Parte desse conjunto está disponível em acesso digital no portal cordel.casaruibarbosa.gov.br, ampliando as possibilidades de consulta pública, estudo e circulação desse patrimônio cultural.
O Congresso é realizado pela Fundação Casa de Rui Barbosa, com o apoio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura (Sefli/MinC) e em parceria com a Embaixada da Espanha no Brasil, do Instituto Cervantes e da REDARTE/RJ.
A programação completa está disponível no site: https://www.gov.br/casaruibarbosa/pt-br/centrais-de-conteudo/noticias/2025/confira-os-destaques-e-a-programacao-completa-do-l-congresso-internacional-de-literatura-de-cordel-e-ii-congresso-brasileiro-de-literatura-de-cordel
As inscrições para participação estão abertas, pelo link: https://www.even3.com.br/i-congresso-internacional-de-cordel-591929/
Serviço
I Congresso Internacional de Literatura de Cordel e II Congresso Brasileiro de Literatura de Cordel
Data: 24 a 26 de novembro
Local: Fundação Casa de Rui Barbosa (Rua São Clemente, 134 – Botafogo – Rio de Janeiro)
Entrada: Gratuita, com inscrição para participação pelo link: https://www.even3.com.br/i-congresso-internacional-de-cordel-591929/
Fonte: Ministério da Cultura

