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Justiça climática nas artes e desafios para a gestão do patrimônio cultural são temas do segundo e último dia de oficinas

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Terminaram nesta quinta-feira (7) as oficinas do Seminário Internacional Cultura e Mudança do Clima, evento que integra a programação paralela às reuniões do Grupo de Trabalho (GT) de Cultura do G20. Durante dois dias, artistas e produtores culturais participaram das atividades no Museu de Arte da Bahia (MAB), em Salvador.

Produtora do podcast Mothers of Invention, Thimali Kodikara comandou a oficina Construindo através do Processo: Justiça Climática nas Artes, Cultura e Comunicação. Durante a conversa, ela lembrou do convite para a atração.

“Eu não sabia nada sobre o clima no mundo, e na época havia problemas climáticos enormes ocorrendo nos Estados Unidos. Foi quando eu percebi que é um problema sistêmico. O programa é sobre soluções feministas para a crise climática, e eu tentei fazer com que fosse focado no trabalho de mulheres negras, brancas e indígenas em relação ao tema”, contou.

Com o podcast como ponto de partida, Thimali pediu para os participantes reimaginarem a arte e a cultura para além de estruturas tradicionais. “A ideia é que nós estamos desesperados para descolonizar a cultura da arte, para dar a ela mais vida e energia”, comentou.

A programação contou também com o lançamento da pesquisa Cultura e Clima. O relatório, feito pelo C de Cultura e pela Outra Onda Conteúdo, com apoio técnico do Instituto Veredas, busca integrar a cultura brasileira à agenda climática global.

O trabalho foi apresentado pela jornalista especializada em gestão e comunicação no setor social, Mariana Resegue, e pelo diretor fundador da Outra Onda Conteúdo, Eduardo Carvalho.

Na oficina que se seguiu foram analisadas as perguntas orientadoras feitas na pesquisa.

Arranjos de Governança para a Ação Climática – Desafios para a Gestão do Patrimônio Cultural, reuniu a diretora de Articulação e Governança do Ministério da Cultura (MinC), Desiree Tozi; e o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio Grande do Sul, Rafael Passos.

“A proposta é trazermos alguns conceitos de governança, de pensar quem nós precisamos mobilizar, quais os personagens e atores políticos e institucionais que precisam estar envolvidos nos processos de planejamento, adaptação e prevenção para termos uma ação coordenada no território. Uma ação organizada para evitar maiores danos e prevenir que aconteçam desastres como no Rio Grande do Sul e no Pantanal”, explicou Desiree.

Rafael, que fez um relato sobre as enchentes no Rio Grande do Sul e seu impacto no patrimônio cultural local, pontuou sobre o tema. “Hoje, os efeitos do clima já impactam a vida das pessoas. Eu estou olhando isso com uma lógica bastante específica para essa questão do patrimônio cultural e também da tecnologia, dos arquivos, dos acervos geológicos, tudo que foi mais ou menos atingido. A gente precisa pensar as premissas sobre as quais teremos que olhar agora as mudanças climáticas”.

E acrescentou: “Os alertas em relação ao clima não são novos. O primeiro relatório internacional que cita a questão é de 1972 e usa o termo prevenção. Agora, os organismos internacionais falam mais em resiliência. Mas se olharmos bem a sério, teremos que prestar atenção nas duas coisas, pois já estamos atrasados. Porque o direito ambiental é o mesmo que também é a base de sustentação do direito que trata o patrimônio cultural”.

O Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Governo da Bahia, da prefeitura de Salvador, do BYD, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e patrocínio do Youtube.

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Fonte: Ministério da Cultura

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