Começou na manhã desta sexta-feira (24), em Salvador (BA), a Conferência Temática Cultura e Igualdade Racial. A etapa precede a 4ª Conferência Nacional de Cultura, que será realizada em 2024, e também faz parte das comemorações do Novembro Negro. O evento é uma realização da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do Ministério da Cultura (Minc).
Ao abrir o evento, a ministra Margareth Menezes falou sobre a importância de reativar o setor cultural do Brasil, fortalecendo a democracia, fazendo a melhor distribuição do fomento, com foco no potencial econômico que existe no ambiente cultural brasileiro.
“Sabemos que a cultura do povo negro é um dos grandes diferenciais, referência da identidade da cultura brasileira. Está no centro da identidade, a cultura trazida pelo povo preto de várias etnias e nações africanas, quer vindo trazida pelos que vieram escravizados está aqui matizada em todas as expressões artísticas e culturais do Brasil”, explica a ministra.
Segundo Margareth Menezes “Neste momento, sob o comando do presidente Lula, estamos fazendo em todas as políticas do governo uma ação de reparação tão necessária para criarmos um país com oportunidades mais justas para todos. No Novembro Negro da Cultura, queremos dizer de nosso compromisso com um fazer políticas públicas culturais alicerçadas e guiadas por políticas afirmativas: temos implementado diretrizes que objetivam corrigir desigualdades de acesso, de fomento, de investimento”, afirmou.
O presidente da Fundação Palmares, João Jorge, afirmou que a Conferência é fundamental para que os fazedores de cultura possam estar presentes, colocar suas ideias, suas propostas. “Para que de 2024 em diante, a cultura brasileira possa não ser apenas a fonte de realização de espetáculo, mas possa ser também a transmissão de um pensamento novo, positivo, ao mesmo tempo inclusivo. É muito importante que a gente faça um conjunto de políticas públicas permanentes, que inclua aqueles que não estão incluídos”, avaliou.
A secretária dos Comitês de Cultura do MinC, Roberta Martins, afirmou que é preciso pensar além o papel da cultura. “A gente tem que pensar no papel da cultura além dos nossos fazeres, a gente tem que pensar a cultura na forma de modificação da sociedade brasileira, e superar o racismo e apontar uma sociedade mais igualitária também está na ordem do dia para nós”.
Segundo David Terra, da Rede Nacional dos Gestores Municipais, esse é um momento muito importante do debate das políticas no âmbito cultural. “Principalmente, entendendo que a gente precisa criar inclusão, equidade, que a gente precisa alcançar aqueles que mais estão necessitando, nas pontas, chegar nos quilombos, nos territórios dos povos originários”.
Já o representante do Conselho Nacional de Políticas Culturais, Shaolin Barreto, disse que o Conselho Nacional está totalmente disposto em construir o processo das Conferências.
A secretária de Igualdade Racial do estado da Bahia, Ângela Guimarães, falou da alegria do estado da Bahia em receber a conferência temática no âmbito do novembro negro. “Que é um mês de referência, onde todas as pessoas que estão aqui reunidas contribuíram para afirmar o papel resiliente da população negra na formação histórica do Brasil e que nesse contexto de reconstrução da democracia, nós sabemos do papel histórico que as diversas formas de manifestação da cultura do nosso Brasil profundo, da cultura de resistência negra realizaram para que a gente pudesse chegar até aqui. E a gente sabe que esses bons ventos alimentarão novas propostas, propostas renovadas para que a nossa política cultural continue sendo um instrumento potente de transformação social e que potencialize o enfrentamento ao racismo “, comentou.
Já o chefe de gabinete da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), Marcelo Lemos, falou sobre as políticas afirmativas da pasta. “A gente tem conseguido avançar com pautas muito importantes dentro da Secretaria de Cultura, onde 50% de cotas em todos os nossos editais, e 10% para os indígenas. O que representa na LPG, que pelo menos 74 milhões irão para a mão de pessoas negras, proponentes negros. e quase 15 milhões de reais para pessoas indígenas. Para nós fazer com que a economia da cultura vá para a mão do povo negro é também uma ação afirmativa muito importante”, afirmou.
Conferência Temática de Cultura e Igualdade Racial
As Conferências Temáticas representam espaços essenciais de debate e de reafirmação do lugar fundamental da cultura na construção democrática de nosso país. Temos nos empenhado em criar canais de diálogo e escuta ativa; de reforçarmos esse nosso compromisso em garantir espaços de construção coletiva de políticas públicas.
“E é para nós, do Ministério da Cultura é com responsabilidade e compromisso que estamos aqui com vocês, pensando caminhos possíveis, articulando propostas, compreendendo as demandas, as especificidades de cada setor; celebrando as potencialidades e vocações de cada região, de cada estado e município, de cada fazer cultural. Essa conferência temática reafirma nosso compromisso com a valorização e o fomento das potencialidades, demandas e especificidades das culturas negra e indígenas e aponta nosso compromisso com a valorização das manifestações negras”, finalizou a ministra Margareth Menezes.
Serviço
Conferência
Data: 24 de novembro
Horário: 14h30 às 20h
Local: Auditório da Faculdade de Direito da UFBA – Rua da Paz, s/n, Graça, Salvador
Data: 25 de novembro
Horário: 9h30 às 17h30
Local: Complexo da Biblioteca dos Barris – R. Gen. Labatut, 27, Barris, Salvador
Fonte: Ministério da Cultura