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Em Brasília, Festival Latinidades destaca força e diversidade das mulheres negras

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Com o tema Vem Ser Fã de Mulheres Negras, a 17ª edição do Festival Latinidades começou nesta quinta-feira (25), em Brasília, destacando a força e a diversidade cultural das mulheres negras. O primeiro dia de programação contou com a participação dos presidentes Maria Marighella, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), e Leandro Grass, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – representantes do Sistema MinC.

O festival iniciou suas atividades às 16 horas com a mesa Trancistas – Patrimônio Cultural, Economia Criativa e Trabalho. O objetivo do encontro foi discutir a importância das trancistas na preservação do patrimônio cultural, a regulamentação trabalhista e o fomento da economia criativa e solidária. O debate ressaltou o direito à memória para as detentoras dessa tradição.

Mariana Braga, assessora de Participação Social e Diversidade do Ministério da Cultura (MinC), foi uma das convidadas da mesa de abertura do evento. “Queremos promover reparação histórica e recompor nossa história, memória e cultura afro-brasileira. E as tranças, trançadeiras e trancistas aparecem de diversas formas ao longo do Brasil”, afirmou Mariana Braga.

Já Leandro Grass destacou a importância da participação social para avançar nas políticas de patrimônio cultural tendo o tema como pano de fundo.

“Estabelecemos prioridades que pudessem promover a reparação e o resgate daquilo que somos enquanto povo, das nossas identidades e da nossa diversidade. Uma dessas prioridades é a promoção do patrimônio cultural de matriz africana, afro-brasileira e indígena”, afirmou o presidente do Iphan.

Layla Maryzandra, idealizadora do projeto Tranças no Mapa: Modos de Saber/Fazer de Trancistas Negras do Distrito Federal e Entorno, apresentou sua pesquisa detalhada sobre o ofício das trancistas, guiada por memórias do território e das comunidades negras.

“Como é que se fala a história da trança sem falar a história da mulher trancista? O projeto nasce dessa inquietação: onde está a nossa história enquanto trancista? E também tem uma metáfora colombiana, que as tranças serviram, durante os séculos 15 e 16, como rotas de fuga. Se as tranças serviram de rotas de fuga na Colômbia, será que as tranças podem servir de rotas para a gente pensar no século 21, rotas para se construir políticas públicas para as trancistas negras?”, questionou .

A pesquisadora enfatizou a importância de reconhecer a prática de trançar como patrimônio imaterial, uma vez que é um ofício tradicional afro-brasileiro, historicamente exercido por mulheres negras, que se tornou uma fonte de trabalho e renda no Brasil.

Sérgio Pereira, representante da assessoria de diversidade social do Ministério do Trabalho (MTE), durante sua apresentação, explicou os procedimentos para a regulamentação trabalhista da profissão de trancista para inclusão na Classificação Brasileira de Ocupação (CBO). Ele destacou que a organização das trancistas enquanto profissionais pode levar à formação de sindicatos e à especialização através de cursos profissionalizantes.

O debate contou também com a contribuição de Cristiane Portela, historiadora e integrante do Programa de Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT), que destacou a importância do reconhecimento e valorização patrimonial e a reparação histórica das trancistas.

Afrolatinas – 30 anos em Movimentos

Ainda na programação, às 19 horas, foi lançado o selo Afrolatinas – 30 anos em Movimentos. Em sua fala, Maria Marighella classificou a retomada do Ministério da Cultura como um símbolo da redemocratização do país. “E Margareth Menezes traz o símbolo da mulher negra como um ativo da promoção de justiça, direitos e igualdade. Não haverá justiça, democracia e direitos sem mulheres negras em todos os espaços”, afirmou em alusão ao tema escolhido pelo Festival em 2024.

Também presente, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, saudou a realização do evento. “A resistência que vem da ancestralidade é a resistência que faz o Festival dar certo e existir há 17 anos”. E ressaltou serem muitas as barreiras a serem transpostas pelas mulheres, sobretudo, as negras. “São elas as que mais sofrem violência, são elas que estão dentro da exclusão social, mas continuam resistindo”, avaliou.

Festival Latinidades: Lançamento do selo postal Afrolatinas – 30 anos em Movimentos - 25.07.24

Festival

A 17ª edição do Festival Latinidades, com o tema Vem Ser Fã de Mulheres Negras, convida a sociedade a reconhecer e celebrar a força transformadora das mulheres negras. A programação começou hoje, (25), e vai até sábado (27), e conta com uma programação gratuita e atividades formativas e artísticas.

Latinidades, além de visibilizar o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, reforça a contribuição das mulheres negras para a sociedade em diversas áreas, especialmente no papel estratégico das artes e da cultura na promoção da equidade de gênero e raça.

Outras informações e a programação completa do Festival que segue até sábado (27) você encontra aqui.



Fonte: Ministério da Cultura

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