O terceiro dia do Encontro do Programa Nacional dos Comitês de Cultura foi marcado por uma agenda diversa, celebrando a força da cultura brasileira em múltiplas linguagens. As atividades começaram ainda no período do almoço, com a Mostra Audiovisual e uma série de apresentações que envolveram o público em ritmos, histórias e tradições de diferentes regiões do país. 

Para a secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura do MinC, Roberta Martins, a diversidade apresentada ao longo do dia reforça o papel estruturante do programa: “O PNCC mostra, na prática, que quando investimos nos fazedores de cultura dos territórios, multiplicamos vozes, oportunidades e caminhos de cidadania”.

O Maracatu Rural com Mestre Bi, acompanhado por Juçara e Vívian Marvel, abriu o ciclo de vivências, seguido pela Estrela de Alagoas com Sara Oliveira e Caio Praças, pela energia do Samba de Roda conduzido por Luana de Brito e pelo divertido e inventivo podcast da Dona Baratinha, apresentado ao vivo por Ângela Magda. A programação mostrou a amplitude do PNCC, que alcança públicos de todas as idades — inclusive o infantil — com propostas formativas e lúdicas que aproximam as crianças da cultura de seus territórios.

No período da tarde, o público acompanhou uma sequência de apresentações teatrais que trouxeram temas de ancestralidade, identidade e memória coletiva. Produções como Mestre dos Batuques, de Talisson Wellington (MA); Território Ancestral Contestado, de Flavia Santos (SC); e Começos de Mim, de Malu Siqueira (PE) mostraram a força criativa dos Agentes Territoriais de Cultura no palco, traduzindo vivências locais em narrativas estéticas potentes. Em paralelo, a Mostra Audiovisual seguiu com exibições na Sala Azul, reafirmando o audiovisual como ferramenta de visibilidade, formação crítica e circulação de saberes. 

No encerramento di dia, a Batalha da Aldeia — a maior batalha de rima do Brasil — levou o público ao delírio com o encontro de MCs e a força do freestyle. Criada em 2016, em Barueri (SP), a BDA se tornou um fenômeno nacional, revelando novos talentos e movimentando milhões de fãs nas redes. Na apresentação que encerrou a programação do dia, o DJ Duh França comandou a dispputa entre os MCs Big Mike e Vinicius ZN, este último campeão pelo voto popular. Depois, agentes de todas as regiões do país subiram ao palco para compartilhar suas rimas com a plateia.

Para Bob 13, um dos idealizadores da BDA, o compromisso com a comunidade segue sendo o eixo central da batalha. “Criamos uma estrutura de apoio para artistas que antes não existia. Nosso movimento vive numa linha tênue entre o sucesso e a loucura de manter tudo de pé, mas seguimos lutando para preservar essa ocupação cultural que é também um símbolo de resistência.”

O terceiro dia do Encontro do PNCC se consolidou como um mosaico de expressões que dialogam entre si — do maracatu ao audiovisual, do teatro ao rap — mostrando que a política cultural ganha força justamente quando reconhece a diversidade dos territórios e coloca seus protagonistas no centro.